A UGT/Açores exigiu esta quarta-feira aumentos salariais que permitam repor o poder de compra dos trabalhadores, perante a crise económica e social que se avizinha, devido à “subida galopante dos preços da energia”.

“Perante uma conjuntura económica particularmente difícil, marcada pela incerteza e pela inflação crescente, fruto da subida galopante dos preços da energia, dos transportes e dos produtos alimentares essenciais, a que se associa a subida das taxas de juro, a UGT/Açores reivindica aumentos salariais reais que reponham o poder de compra dos trabalhadores e a satisfação dos seus compromissos financeiros”, é referido numa nota da central sindical.

No comunicado, a UGT – União Geral dos Trabalhadores lembra que a região dos Açores debate-se também com “um sério problema de falta de mão-de-obra”, especialmente em setores como a construção civil, agricultura, turismo, restauração e serviços conexos, que justifica a adoção de medidas concretas para fazer face a esta situação.

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“A solução passa, em primeiro lugar, por se pagar melhores salários, evitando assim a sangria que se tem verificado por via da emigração, mesmo que sazonal”, é referido na nota, defendendo-se também a criação de programas de formação profissional mais atrativos, que ajudem a “mitigar” os efeitos económicos e sociais “desta nova e emergente situação conjuntural”.

Para os dirigentes da UGT, é também necessário que o Governo Regional, liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro, acelere a aplicação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), como forma de recuperar e reforçar o tecido económico produtivo regional, ao nível do emprego e das empresas.

A criação de bolsas de estudo, para incentivar os jovens a optar por cursos de formação académica e profissional em áreas carenciadas, é outra das propostas da central sindical, que sugere ainda a adoção de medidas específicas ao nível de “isenção de impostos, cedência de habitação e majoração salarial”, para ajudar a fixar população nas ilhas com maior tendência de desertificação.

“Este conjunto de preocupações e reivindicações são tanto mais oportunas, quanto importantes e urgentes, como forma de estancar os resultados dos últimos Censos divulgados pelo INE, que apontam para uma perda de 10 mil habitantes nos Açores na última década, traduzindo-se numa redução de 4,1%, o dobro da média nacional”, é acrescentado na nota.

Os dirigentes sindicais salientando também que estes alertas e estas reivindicações têm apenas como objetivo exigir do Governo açoriano políticas que assegurassem o desenvolvimento económico e social estrutural, integral e solidário da região, e a necessidade urgente de “mudança de paradigma” no desenvolvimento do arquipélago.