O exército esloveno começou esta sexta-feira a remover uma cerca de arame farpado na fronteira com a Croácia, colocada depois de mais de um milhão de pessoas entrarem na Europa em 2015, criando uma grande crise migratória.

Cerca de uma dúzia de soldados usavam, esta manhã, cortadores para ajudar a tirar o fio que ficou emaranhado em arbustos e outras plantas ao longo da fronteira, antes de carregar os rolos num camião.

As autoridades adiantaram, no entanto, que pode levar até cinco meses a retirar toda a cerca, que soma quase 200 quilómetros numa combinação de arame farpado e painéis de metal.

A decisão de retirar a cerca foi tomada pelo novo Governo liberal da Eslovénia, que assumiu o cargo após uma eleição em abril.

Segundo as autoridades do país, a fronteira continuará a ser vigiada através de outros meios, já que é preciso evitar acidentes e ferimentos quando os migrantes tentam entrar na Europa ocidental.

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Muitos migrantes do Médio Oriente, África ou Ásia chegam à Eslovénia vindos da Croácia, pela chamada rota dos Balcãs, enfrentando perigos, como viagens no mar ou rios, traficantes de pessoas e noites ao relento, durante travessias que chegam a durar largos meses ou mesmo anos.

A decisão do Governo esloveno de remover a cerca enfrentou críticas dos partidos de direita, que se opõem firmemente à migração, sobretudo porque aquele da União Europeia registou um aumento das entradas de migrantes no primeiro semestre de 2022, relativamente ao ano passado.

No entanto, a ministra do Interior, Tatjana Bobnar, lembrou que a cerca na fronteira era uma medida temporária e que “é inadmissível que se torne um elemento permanente da política de fronteiras da Eslovénia“.

Segundo a agência de notícias oficial STA, o exército vai remover primeiro 51 quilómetros de arame farpado, enquanto os 143 quilómetros restantes serão retirados por um empreiteiro ainda não selecionado.