Cinco jogos em menos de uma semana, vários objetivos alcançados, a possibilidade de fazer pela primeira (e última) vez alguma gestão em relação às opções iniciais. Na antecâmara das meias-finais do Campeonato da Europa Sub-20 de andebol, e já com essa meta alcançada faltando apenas saber quem seria o adversário (que foi a Suécia, após vencer a Alemanha), Carlos Martingo aproveitou para rodar alguns jogadores no último encontro da main round frente à Hungria – poupando aquelas que têm sido as grandes figuras da equipa, Francisco e Martim Costa. Os magiares acabaram por travar a invencibilidade da Seleção em Vila Nova de Gaia (33-30) mas nem por isso houve alterações na classificação ou na confiança nacional.

“A Suécia vai exigir o melhor de Portugal mas acredito que poderemos batê-los se estivermos ao melhor nível. Faremos tudo para o conseguir e até sexta-feira iremos recuperar os atletas física e mentalmente. De certeza que vamos estar preparados para defrontar uma excelente equipa. Em dez dias, temos sete jogos realizados. Apesar de tudo, temos conseguido gerir o tempo de jogo de cada atleta. Penso que nenhum deles estará muito sobrecarregado e o jogo com a Hungria também deu para alguns descansarem completamente. Acredito que vamos estar na máxima força na meia-final e preparados para jogar a 100%”, destacara o técnico nacional após uma derrota diante da Hungria que não mudou o rumo da equipa.

Com os irmãos Francisco e Martim Costa em destaque, a par do guarda-redes Diogo Rêma, Portugal foi ultrapassando adversários até à fase decisiva com uma panóplia de recursos em jogo que permitia sonhar com esse lugar na final. Ganhou jogos no ataque (Polónia e Dinamarca), ganhou jogos na defesa (Noruega), ganhou jogos com coração e grande capacidade de resiliência (Espanha, com o golo decisivo nos segundos finais). Agora seguia-se a Suécia, que depois de uma fase final com triunfos frente a Montenegro, França e Croácia perdeu com a Sérvia mas carimbou o apuramento diante da Alemanha, uma crónica candidata ao título. E a Seleção voltou a estar ao melhor nível, vencendo por 25-24 com um golo nos derradeiros segundos e marcando lugar na final frente à Espanha, que antes tinha batido a Sérvia por 32-29.

Francisco Costa, com cinco golos incluindo o decisivo livre de sete metros a acabar, voltou a ser o melhor marcador da Seleção mesmo tendo feito o jogo menos conseguido nesta fase final, seguido de André Sousa, Pedro Oliveira, Martim Costa e Ricardo Brandão (todos com quatro). Depois de um início em que a Suécia foi melhor e esteve na frente nos minutos iniciais (2-4), Portugal não mais voltou a estar em desvantagem no marcador, chegando ao intervalo a vencer por 12-10 até meio da segunda parte, altura em que a formação escandinava voltou a ter dois golos de avanço (21-23). O final, com apenas três remates certeiros nos cinco minutos finais, seria eletrizante e com a decisão a chegar apenas nos derradeiros segundos.

De recordar que, a nível de Europeu Sub-20, Portugal só tinha chegado por duas ocasiões à luta pelas medalhas, com uma derrota na final com a Dinamarca em 2010 e um quarto lugar na edição de 2018.

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