Catorze pessoas foram retiradas das suas casas em Wennington, no este de Londres, onde várias residências foram destruídas esta terça-feira por um incêndio resultado da onda de calor inédita no Reino Unido que fez as temperaturas ultrapassar os 40 graus Celsius.

Apesar do início de uma chuva miudinha, esta tarde alguns campos com erva seca continuavam em chamas nas proximidades da localidade que foi assolada por um incêndio que começou num campo com erva e alastrou a residências durante a tarde.

Cerca de 100 bombeiros e 15 carros foram destacados para combater o incêndio a cerca de 30 quilómetros do centro de Londres que se espalhou por uma área de 40 hectares, incluindo casas, edifícios agrícolas e garagens.

Catorze pessoas tiveram de ser retiradas por causa do incêndio, cuja origem ainda não foi determinada.

“Estava a apanhar sol no meu jardim e veio uma nuvem negra”, contou Ciar Meadows, uma dona de casa de 30 anos, à AFP, acrescentando que numa hora o fogo “espalhou-se pela nossa casa” e “os nossos carros desapareceram“.

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Os serviços de emergência “arrombaram a nossa porta para que os animais pudessem sair, porque eu não consegui voltar a entrar”, acrescentou.

“É uma loucura, uma loucura da forma como foi”, disse Dennis Crafter, um residente local desempregado de 54 anos, que ficou atordoado com a dimensão da catástrofe.

As imagens de casas e carros destruídos pelas labaredas mostradas nas televisões britânicas são uma ilustração do impacto do tempo seco e temperaturas altas, motivo para ser declarado um “alerta vermelho” na segunda e terça-feira em grande parte de Inglaterra.

Uma centena de incêndios de dimensão “significativa” foram identificados a meio da tarde na região de Londres, levando o Corpo de Bombeiros de Londres a declarar um “grande incidente“, ou seja, uma situação em que está a registar uma série de casos graves ao mesmo tempo.

Múltiplos incêndios devido ao calor deixam bombeiros de Londres sob pressão

Ao todo, 105 carros de bombeiros e centenas de bombeiros foram mobilizados durante a tarde para combater chamas em diferentes locais da capital britânica, a maioria dos quais foram resolvidos.

Situações de emergência foram declaradas também fora de Londres, como em Hertfordshire ou Leicestershire, devido ao número elevado de pedido de ajuda aos bombeiros.

Informada sobre “incêndios perigosos a arder em todo o país”, a ministra do Interior, Priti Patel, apelou aos britânicos “a seguir todos os conselhos de segurança” das autoridades.

“Presto homenagem ao profissionalismo e habilidade dos nossos bombeiros, que estão a trabalhar em condições difíceis para proteger vidas e comunidades”, afirmou num comunicado.

O Reino Unido bateu esta terça-feira o recorde de temperatura mais alta de 40,2 graus Celsius, no aeroporto londrino de Heathrow, de acordo com o instituto meteorológico britânico Met Office.

O calor afetou transportes e outros serviços como o fornecimento de eletricidade, porém a situação deverá melhorar nas próximas horas tendo em conta as previsões meteorológicas de chuva e tempestades.