Dentro de três anos, o Grupo Volkswagen vai lançar no mercado o ID.1 (para já conhecido como ID.Life), o Skoda Elroq e o Cupra UrbanRebel – um trio de ataque directamente apontado ao bolso dos clientes que, querendo adquirir um veículo eléctrico, têm como limite orçamental um preço entre 20.000 e 25.000€. A Hyundai também quer uma “fatia” desse mercado, pelo que vai avançar igualmente com um modelo a bateria mais pequeno e mais barato.

A confirmação foi dada pelo responsável pelo Marketing da Hyundai na Europa, Andreas-Christoph Hofmann, que admitiu à Automotive News que a marca sul-coreana está já a trabalhar num veículo eléctrico capaz de lhe assegurar a devida presença no segmento onde hoje se faz representar pelo i20, ou seja, com um comprimento em redor dos 4 metros e um preço na ordem dos 20.000€. Contudo, Hofmann não avançou nenhuma data e também não forneceu qualquer pista quanto à “filosofia” do modelo. Como os eléctricos “baratos” da VW vão privilegiar um aspecto para apelar a uma clientela mais urbana – uns mais musculados que outros, em busca da necessária diferenciação -, não seria de espantar que a Hyundai alinhasse pela tendência crossover.

O “quando” permanece uma incógnita, mas o “porquê” de não avançar de imediato para o segmento que concentra o maior potencial de vendas, em termos de volume, tem uma explicação: quanto mais compacto é o eléctrico, mais difícil é conseguir propor um modelo com uma autonomia razoável e, simultaneamente, um preço acessível. Atingir este equilíbrio, queixam-se os construtores, implica necessariamente estar disposto a trabalhar com margens espartanas. E como o lucro comanda a estratégia empresarial, a Hyundai preferiu avançar com o Ioniq 5, já no mercado, e o Ioniq 6, a ser lançado em 2023. Na calha está também um SUV a bateria de grande porte, o Ioniq 7, destinado aos EUA e à Europa e previsto para 2024.

A ofensiva eléctrica dos sul-coreanos, que passa por plataformas específicas para modelos a bateria, como a E-GMP, e linhas de produção dedicadas para as rentabilizar, contempla a oferta de 11 modelos com zero emissões até 2030. Mesmo com um portefólio ainda reduzido, a Hyundai tem crescido na Europa justamente por conta da boa impressão e aceitação dos seus eléctricos de nova vaga. Os modelos a bateria deste construtor representaram 16% das suas vendas globalmente, tendo aumentado 8,2% na Europa nos primeiros seis meses do ano. E Andreas-Christoph Hofmann diz-se “muito confiante” em relação ao segundo semestre.

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