O tema da presença portuguesa na Feira do Livro de Lima, no Peru, que tem Portugal como país convidado, vem de José Saramago, homenageado ao longo do certame, de 22 de julho a 7 de agosto.

“O fim de uma viagem é apenas o início de outra”, frase de Saramago, foi “o mote escolhido para a participação de Portugal”, que terá um pavilhão de 160 metros quadrados, “localizado numa zona de destaque do Parque de los Proceres”, onde a 6.ª Feira Internacional do Livro de Lima se realiza, com um espaço de livraria, um auditório e uma exposição dedicada ao Nobel português da literatura, como indica o Camões — Instituto da Cooperação e da Língua.

Doze autores de língua portuguesa, ou associados à sua divulgação e investigação, entre os quais Afonso Cruz, David Machado, Jerónimo Pizarro, José Luís Peixoto e Margarida Vale de Gato, constituem a comitiva já anunciada, aos quais se juntam o cineasta António-Pedro Vasconcelos e os músicos Marta Pereira da Costa e Pedro Jóia, conforme nova informação da representação portuguesa.

Adélia Cravalho, Ana Filomena Amaral, André Letria, Carla Maia de Almeida, Fernando Évora, Luis Novais e Lauren Mendinueta são os outros autores que fazem parte da comitiva.

A atribuição do doutoramento Honoris Causa da Universidade Nacional Mayor de San Marcos a António Lobo Antunes, conhecida há duas semanas, marcará o dia de abertura ao público da feira do livro, na próxima sexta-feira.

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A primeira das três áreas do pavilhão português corresponde a uma livraria, gerida por um livreiro peruano com o apoio de Portugal, com obras traduzidas de autores portugueses e uma mostra de livros em português dos escritores da comitiva, que “serão posteriormente oferecidos a bibliotecas públicas no Peru”, indica o instituto Camões.

O auditório acolherá programação, composta por sessões com os autores convidados, exibição de vídeos sobre cultura e literatura portuguesas, assim como “Portugal enquanto destino turístico”.

A zona de exposições inclui uma mostra dedicada a José Saramago, alusiva ao centenário do seu nascimento, que se assinala este ano.

A participação de Portugal como “convidado de honra” remonta a 2020, ano em que a feira não se realizou, por causa da pandemia de Covid-19, tendo sido o estatuto de país convidado transferido para este ano.

A Câmara Peruana do Livro, que organiza a feira internacional, indica que o certame vai contar com mais de 140 pavilhões, e apresenta uma programação que ultrapassa as 600 atividades, 204 das quais destinadas a crianças e jovens.

Haverá ainda 50 convidados estrangeiros, que incluem os 15 portugueses, 17 espetáculos de música, dança e teatro, mais de 30 eventos no âmbito das ciências, e a participação de nove embaixadas.

A presença portuguesa é coordenada pela Equipa Interministerial para as Feiras Internacionais do Livro, o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, a Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, o Turismo de Portugal e a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), em colaboração com a Embaixada de Portugal no Peru.

Para a sessão inaugural da feira, nesta quinta-feira, é esperado o ministro português dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, que deverá participar igualmente na cerimónia de atribuição do doutoramento Honoris Causa a António Lobo Antunes, a poucos meses da publicação do novo romance do escritor, “O Tamanho do Mundo”, já anunciada para outubro.

A distinção ao autor português é dada pela Universidade Nacional Mayor de São Marcos, fundada em 1551, a principal universidade do Peru e a mais antiga do continente americano.