A duas semanas do regresso do Mundial de MotoGP, nada de fumo branco. O destino de Miguel Oliveira em 2023 podia variar consoante o órgão e o país que escrevia sobre o piloto português mas, de uma forma ou outra, todos acreditavam que esta interrupção de mais de um mês nas provas poderia trazer novidades em relação ao seu futuro – ainda mais depois da confirmação (já aguardada) de Álex Rins na LCR Honda, onde o segundo piloto será sempre japonês e é mais uma equipa que fica fechada para o número 88 da grelha. Assim, a não ser que alguma grande surpresa possa acontecer, há duas possibilidades: ou aceita a proposta até financeiramente superior da KTM para continuar na equipa mas na Tech3 ou arrisca mudar para a nova RNF Aprilia. No entanto, e mais uma vez, Oliveira falou de tudo… menos de 2023.

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“Nesta altura é muito complicado conseguir um bom resultado na nossa categoria, está tudo muito ligado com aquilo que se consegue fazer na qualificação. Em termos de ritmo, mesmo que sejas muito rápido não consegues subir muito pelo facto de ser muito complicado ultrapassar. Ficamos com temperaturas muito altas no pneu dianteiro e isso faz disparar a pressão do ar. Todos esses fatores levam a que as corridas são muito difíceis, é essa a pura realidade”, analisou numa entrevista dada ao motogp.com.

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“Vou sempre para um fim de semana para ganhar. Sei que não é possível na maioria das vezes mas temos de aprender a fazer uma gestão dessas expetativas. Temos de perceber depois da primeira sessão de treinos livres qual é o nosso nível de velocidade e onde podemos andar. Apesar dos resultados, nunca desistimos. Vamos continuar a lutar e lutar mesmo que a minha qualificação seja um 15.º ou 16.º lugar, temos sempre a mesma ambição e olhamos em frente para fazer uma boa corrida. Às vezes são necessários mais riscos, às vezes corremos um pouco menos”, referiu, antes de recordar a prova este ano em Barcelona.

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“Aí tentei ultrapassar o Brad [Binder] mas fui demasiado em frente na primeira curva e ele ficou com isso demasiado longe. Por isso pensei ‘Ok, posso forçar a conseguir 0,25 ou 0,3 de vantagem mas provavelmente iria acabar no chão e o resultado não seria assim tão diferente. É difícil saber aceitar isso, porque sei que posso estar a lutar por melhores posições”, concluiu na conversa onde o futuro foi tema tabu.

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Miguel Oliveira não levanta o véu sobre 2023 (e já explicou o porquê, dando inclusive o exemplo do que se passa no futebol onde existe um período específico para transferências), todos tentam levantar o véu por ele. E é isso que vai continuando a acontecer, com a mais recente notícia a vir dos órgãos italianos e a dar conta da possibilidade de Franco Morbidelli deixar a Yamaha apesar de ter contrato por mais um ano para rumar à RNF Aprilia fazendo parelha com o português, numa tentativa de construir uma super equipa que possa dar melhores armas a Aleix Espargaró e Maverick Viñales para lutarem pelos lugares cimeiros. Em paralelo, é ventilado que Oliveira e a KTM estarão ainda a abordar uma possível saída sem custos.

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Um poucos à margem dessas temáticas, o português continua a ser alvo de elogios, como voltou a acontecer com Chicho Lorenzo, pai de Jorge Lorenzo, no programa de Youtube MotoGePeando. “Para mim não faz sentido trocar um piloto como o Miguel Oliveira pelo Jack Miller. O Oliveira está há muito tempo na KTM, ajudou a marca a conseguir mais quatro vitórias na principal categoria, ajudou no desenvolvimento da moto, ganhou em todas as categorias… Acabou sempre bem, com vários campeonatos onde acabou na segunda posição. Temos de ver que o Oliveira não é um piloto qualquer, cuidado… Por isso, é lógico para mim que ele não queira assinar pela equipa satélite da KTM, não faz sentido”, comentou.

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