O primeiro-ministro tailandês Prayuth Chan-ocha sobreviveu hoje, sem surpresas, à quarta moção de censura votada no parlamento, antes das eleições gerais previstas para 2023. A votação ocorreu após quatro dias de debate em que a oposição acusou Prayuth e 10 membros do seu executivo de alegada má gestão económica e negligência no combate à corrupção.

Todos os 10 ministros sobreviveram também à votação, graças à coligação que tem a maioria no parlamento da Tailândia e que apoia Prayuth. O primeiro-ministro obteve 256 votos de confiança, com 206 contra e nove abstenções.

Cholanan Srikaew, líder do principal partido de oposição, Pheu Thai, disse que o resultado da votação foi dececionante, pois não reflete o sentimento público.

“Sabemos que não podemos vencer no Parlamento, mas não vamos perder nas eleições gerais”, disse.

Prayuth, de 68 anos, chegou ao poder através de um golpe militar em 2014 e mais tarde foi eleito nas eleições gerais de 2019. Desde 2020, o general aposentado resistiu a três moções de censura, nenhuma das quais conseguiu demitir qualquer ministro.

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Durante o debate, Prayuth, que também é ministro da Defesa, foi o principal alvo dos partidos da oposição, sendo acusado de utilizar o programa informático de espionagem Pegasus para vigiar ativistas envolvidos em protestos pró-democracia e de usar indevidamente o orçamento de Estado.

A oposição também acusou o vice-primeiro-ministro e ministro da Saúde Anutin Charnvirakul de descriminalizar o cultivo e posse de canábis para fins medicinais, em junho, sem os devidos controlos.

Prayuth defendeu o desempenho do seu governo, sublinhando que a economia da Tailândia está estável, apesar do aumento dos preços da energia e da alta inflação.

“Nos restantes 250 dias do governo, insisto que farei de tudo para tirar o país da crise o mais rápido possível”, disse.

O governo prevê que a economia da Tailândia cresça entre 2,5% e 3,5% este ano, mais depressa do que em 2021: 1,6%.