A “Alemanha está à beira da recessão”, avisou esta segunda-feira o IFO, o principal think tank económico do país e que publica periodicamente uma sondagem a empresários. Desta feita, esses empresários “indicaram que antecipam uma deterioração significativa das condições, nos próximos meses”, o que pressagia “tempos desconfortáveis” para a maior economia europeia

A atividade no setor industrial “caiu de forma acentuada”, elevando os níveis de pessimismo nesse setor até aos valores mais baixos que marcaram o início da pandemia. Já no setor dos serviços, “o clima empresarial [também] se deteriorou de forma significativa”.

A Alemanha enfrenta tempos desconfortáveis”, resume o think tank.

As empresas, segundo o IFO, reconhecem ser muito difícil prever o futuro próximo, o que é em si um fator que penaliza o investimento. “Os elevados preços da energia e a escassez de gás natural já estão a pesar na economia”, diz o economista-chefe do IFO, Klaus Wohlrabe.

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Atividade económica contraiu-se em julho, alimentando os receios de recessão na zona euro

Já na sexta-feira dados avançados relativos às maiores economias europeias indicaram que a atividade se contraiu na zona euro em julho, o que aconteceu pela primeira vez desde os confinamentos pandémicos. O cenário foi traçado pelos chamados índices de gestores de compras (PMI) divulgados pela S&P – o índice não só saiu pior do que os economistas previam como ficou abaixo do patamar dos 50 pontos, o que sinaliza uma contração da atividade e alimenta os receios de recessão.

Uma recessão é definida, habitualmente, como dois trimestres consecutivos de redução do produto económico em cadeia, ou seja, na comparação entre um trimestre e o trimestre imediatamente anterior.