A albufeira da barragem de Arcossó está “no limite”, com apenas “7%” da capacidade e a rega poderá ficar comprometida nos próximos dias, segundo a Associação de Regantes e Beneficiários da Veiga de Chaves.

“Estamos no limite mesmo, praticamente não temos água, temos 7% da capacidade da albufeira”, afirmou esta terça-feira à agência Lusa José Teixeira, presidente daquela associação de regantes do distrito de Vila Real.

Este aproveitamento hidroagrícola está incluído na lista anunciada já em junho, pelo Governo, com restrições para a campanha de rega no país.

A Associação de Regantes e Beneficiários da Veiga de Chaves possui à volta de 2.500 sócios e as cerca de 16.000 parcelas existentes estão organizadas por dois blocos, um abastecido pela barragem de Arcossó, localmente conhecida como Nogueirinhas, e outro pelo rio Tâmega.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Neste território as culturas predominantes são o milho, que necessita de muita rega, e ainda a batata e cereais, sendo que estes já foram praticamente todos colhidos.

José Teixeira descreveu um ano agrícola muito complicado por causa da falta de chuva na região e disse que, no início da campanha, em maio, a albufeira tinha apenas “32 a 33%” da sua capacidade.

A partir do momento em que não há água acaba a rega e não há alternativas. Se a barragem não tem água, não há outra alternativa”, lamentou.

E continuou: “A minha previsão é que esta semana vamos ter que fechar a barragem, nomeadamente o bloco dois. No bloco um, enquanto o rio Tâmega quiser e nos der água, vamos continuando”.

José Teixeira disse que “também já há muitas dificuldades no rio Tâmega“, o qual “vai acumulando um bocadinho durante a noite, mas por volta das 12h00 já não se consegue regar”.

Quanto às culturas, disse que “se não chover vai ser um problema” porque, apesar de “estarem um pouco avançadas”, algumas delas poderão “não chegar a bom termo”.

Questionado sobre se se recorda de um outro ano com tantas dificuldades, o responsável apontou para 2017.

Houve um ano parecido que foi em 2017, mas a capacidade inicial era de cerca de 65% e, no final da rega, tínhamos mais água do que temos agora. Isto é, em setembro tínhamos mais água do que temos agora a 26 julho”, afirmou.

A sensibilização aos agricultores para a poupança de água é feita, salientou, já há alguns anos e, na opinião de José Teixeira, estes “têm tido um comportamento exemplar”.

O Governo aprovou na semana passada novas medidas de combate à seca, que contemplam redução de consumos em empreendimentos turísticos no Algarve e obras em albufeiras em Trás-os-Montes.