Um total de 1.035 pessoas, incluindo um bebé de 20 dias, foram resgatadas no Mediterrâneo central nos últimos dias pelos navios humanitários Sea Watch3, Ocean Viking e Geo Barents e agora aguardam um porto para desembarcar.
Navios com 700 migrantes resgatados no Mediterrâneo esperam desembarque
Após as últimas operações, o navio da organização humanitária alemã Sea Watch navega com 439 náufragos a bordo, enquanto o Ocean Viking, da organização francesa SOS Mediterranée, tem 387 e o Geo Barents, dos Médicos Sem Fronteiras (MSF), soma 209 pessoas, segundo referiram as organizações nas redes sociais.
???? Medical evacuation from the #SeaWatch3! The Italian Coast Guard has brought ashore a heavily pregnant woman accompanied by her husband & a child with severe burns with its parents.
— Sea-Watch International (@seawatch_intl) July 24, 2022
The remaining 439 people are still waiting for a port of safety. pic.twitter.com/DVt68Adqes
De acordo com a MSF, o último pedido de ajuda feito pelo Alarm Phone, uma linha de apoio a migrantes no mar, levou ao resgate de 20 pessoas que estavam numa “pequena lancha em perigo”.
Metade dos resgatados, que estão a bordo do Geo Barents, “são menores e o mais novo tem apenas 20 dias de idade”, refere a organização.
There are now 209 survivors on board of the #GeoBarents. Everyone deserves to be safe and our team will continue to provide assistance to people in distress in the #CentralMediterranean ????
— MSF Sea (@MSF_Sea) July 26, 2022
Toda a gente merece estar segura e a nossa equipa vai continuar a prestar assistência às pessoas em perigo”, acrescentou.
Anteriormente, a Sea Watch tinha escrito que “439 pessoas precisavam e tinham direito a um porto seguro para desembarcar”, referindo que estes migrantes sobreviveram à travessia do Mediterrâneo, mas “estão no mar há dias, com temperaturas proibitivas”.
A mensagem da organização alemã foi acompanhada por um vídeo no qual a chefe da missão explica as difíceis condições a bordo após cinco resgates em menos de 26 horas.
"We need a port of safety now for all people rescued from distress at sea. And we need a #SafePassage so that no one has to risk their lives on this dangerous journey in the future again.“ - Anne, Head of Operation on the #SeaWatch3 pic.twitter.com/9HstfwECx2
— Sea-Watch International (@seawatch_intl) July 26, 2022
A SOS Mediterranée também tem pedido insistentemente às autoridades europeias que permitam o desembarque das 387 pessoas que estão a bordo do ‘Ocean Viking’.
80 people were just rescued by #OceanViking from an overcrowded rubber boat, found partially deflated 40 NM from the Libyan coasts.
— SOS MEDITERRANEE (@SOSMedIntl) July 25, 2022
Many are exhausted & show signs of emotional distress after spending more than 10 hours at sea.
387 survivors are now on #OceanViking. pic.twitter.com/hDYmQyjI3D
Muitos estão exaustos e mostram sinais de sofrimento emocional depois de terem passado mais de 10 horas no mar”, referiu.
Além disso, cerca de 2.000 pessoas chegaram à costa italiana desde o último fim de semana, a maioria através de meios próprios, em barcos precários, muitos dos quais precisaram de ajuda das forças de segurança italianas por estarem em perigo.
Foi o caso de um barco de pesca que estava à deriva com 674 migrantes e que foi resgatado no sábado, perto da Calábria (sul), por navios da patrulha da guarda costeira italiana e uma unidade da brigada fiscal, que também encontrou a bordo cinco mortos.
Estas pessoas morreram de sede, já que a água potável era racionada pelos traficantes que organizaram a viagem, cinco dos quais foram presos por ordem do Ministério Público de Messina (Sicília, sul).
Cinco migrantes encontrados em barco ao largo de Itália morreram de sede
Durante a viagem, os recursos hídricos e alimentares foram racionados de forma desumana, ao ponto de os migrantes serem obrigados a partilhar uma chávena de café cheia de água entre 10 pessoas”, explicou, em comunicado divulgado na segunda-feira, o Ministério Público, acrescentando que todos os resgatados estavam em péssimas condições porque também foram espancados “com paus e cintos”.
Por outro lado, cinco desembarques com 147 pessoas foram registados na manhã desta terça-feira em Lampedusa, ilha da Sicília que tem servido de porto de desembarque para muitos migrantes.
Com a entrada dessas pessoas, o centro de acolhimento da ilha, cuja capacidade não ultrapassa as 350 pessoas, somava mais de 1.600, o que levou à mobilização de recursos da Marinha italiana para transferir migrantes para outras localidades.
De acordo com os dados mais recentes do Ministério do Interior de Itália, mais de 34.000 pessoas chegaram à costa italiana este ano, mais 36 por cento do que no mesmo período do ano passado, quando os migrantes desembarcados somavam 25.500 pessoas.