Primeiro jogo, primeira “novela” Taremi. Um foco de conversa ligado a duas quedas na área do Mónaco no jogo de apresentação (a primeira sem falta, a segunda a resultar numa grande penalidade convertida pelo avançado), que se foi depois alastrando nas redes sociais e que levou mesmo o FC Porto, através do seu diretor de comunicação, Francisco J. Marques, a defender o jogador e a falar de uma época que se está a iniciar e que onde o clube estará “sob ataque”. No entanto, e na antecâmara da estreia oficial em 2022/23, o iraniano é agora falado por outros motivos, na sequência de uma entrevista a um órgão do seu país.

FC Porto aponta para “perseguição a Taremi”: “Antecipa uma época em que vamos estar sob ataque”

“Não vou conseguir atingir muito pelo FC Porto no futuro. Financeiramente, eles podem guardar os jogadores jovens e vendê-los mais tarde por um preço mais elevado, mas a minha situação não é essa, não me podem guardar e vender-me daqui a dois anos. O meu futuro? Depende do clube, não de mim. Talvez, se estivesse no lugar deles, vendia um jogador que tem 30 anos. Liga favorita? Todos os jogadores querem jogar na Premier League, é a liga mais atrativa do mundo”, confidenciou o internacional que passou pelo Rio Ave numa entrevista concedida ao canal iraniano Football360 citada por O Jogo.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

De recordar que, aquando do anúncio oficial do acordo de patrocínio entre FC Porto e Betano, Pinto da Costa, presidente dos dragões, referiu então que não tinha recebido qualquer proposta pelo avançado, apesar de alguns interesses que surgiam na imprensa internacional depois de uma segunda temporada na Invicta que pulverizou os registos da primeira, com 26 golos e 16 assistências em 48 jogos.

“Eu já podia ter feito melhor no FC Porto. A dada altura, fui um dos três médios e, às vezes, até joguei a médio defensivo. Isso coloca-me muito longe da baliza. Talvez se eu jogasse na minha posição, teria marcado mais golos pelo FC Porto. Mas não tenho nenhum problema com Sérgio Conceição, respeito as suas escolhas”, comentou o número 9 que, curiosamente, surgiu no jogo de apresentação com o Mónaco jogando numa posição mais avançada na frente perante o 4x3x3 testado pelo técnico com Bruno Costa e Eustáquio no meio-campo com Uribe e Evanilson e Pepê a caírem mais nas alas num ataque mais móvel (uma experiência que resultou também do facto de Otávio estar castigado no jogo da Supertaça).

Taremi, o encantador de balizas que bateu o recorde de golos numa época e foi o primeiro asiático a marcar na final da Taça

“Eleição para melhor golo da Champions em 2020/21? O golo de Erik Lamela foi mais especial mas o meu também foi porque marquei numa situação muito complicada”, referiu, antes de abordar também o cartão vermelho que vira nos oitavos com a Juventus: “Depois de ter sido expulso fui para o balneário. Nem me atrevi a ligar a televisão e ver o jogo. Comecei a rezar para que o Sérgio Oliveira marcasse. Quando ele marcou, um membro do staff correu até mim, abraçou-me, chorou e eu chorei também”.

“Tinha uma oferta de 2,5 milhões de dólares do Al Duhail, do Qatar, e o Rio Ave ofereceu 200 mil dólares. Eu recomendo que os jogadores iranianos venham para Portugal. Agora as portas estão abertas e eles confiam em jogadores iranianos”, concluiu Taremi na mesma entrevista ao canal Football360.