Os parceiros europeus estão a pressionar o Irão para que aceite um relançamento do acordo nuclear de 2015, depois de uma paralisação de meses nas negociações, defendendo que em cima da mesa está “o melhor acordo possível”.

“Agora é tempo de decisão se quisermos salvar o Acordo Nuclear do Irão”, escreveu esta quarta-feira no Twitter o chefe da política externa da União Europeia, que presidiu a longas conversações em Viena.

Josep Borrell referiu que escreveu um artigo de opinião para o Financial Times, publicado na terça-feira, defendendo estar “concluído que foi esgotado o espaço para compromissos adicionais significativos” e que colocou um texto em cima da mesa que aborda em pormenor as medidas necessárias para restabelecer o acordo nuclear.

A ministra francesa dos Negócios Estrangeiros, Catherine Colonna, disse que o regresso ao cumprimento integral do acordo “ainda é possível, mas que, para isso, é necessária uma resposta positiva do Irão o mais rapidamente possível”.

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As declarações mostram uma preocupação crescente de que o tempo esteja a esgotar-se para salvar o acordo, em parte devido à aproximação das eleições intercalares nos Estados Unidos.

O Irão e seis potências mundiais – EUA, França, Alemanha, Grã-Bretanha, Rússia e China – assinaram em 2015 o acordo nuclear, aceitando Teerão limitar drasticamente o seu enriquecimento de urânio em troca do levantamento das sanções económicas.

Em 2018, o então Presidente norte-americano, Donald Trump retirou unilateralmente os Estados Unidos do acordo e partir daí o Irão tem violado o acordo e cresce o seu stock de urânio enriquecido.

Trump rasgou o acordo com Irão. Qual é a crise?

As conversações em Viena sobre a reanimação do acordo e o regresso dos EUA, depois da viragem política com a eleição de Joe Biden, estão paradas desde abril.

Se o acordo for rejeitado, arriscamo-nos a uma perigosa crise nuclear, contra a perspetiva de um maior isolamento para o Irão e para o seu povo”, escreveu Borrell. “É nossa responsabilidade conjunta concluir o acordo.”