Uma mulher grávida, com mais de 38 semanas de gestação, teve de percorrer cem quilómetros para na quarta-feira, 27 de julho, chegar ao Hospital de Santarém, devido ao encerramento da maternidade do Hospital de Abrantes, a mais próxima da sua residência em Vila de Rei, avançou o Correio da Manhã. Depois de chegar às urgências de obstetrícia, foi diagnosticada com uma “morte fetal in uterus”, termo clínico que significa que o feto já estaria morto no seu útero.

A notícia foi confirmada ao Observador pelo Hospital Distrital de Santarém: “No dia 27 de julho foi admitida na Urgência de Ginecologia e Obstetrícia, que se encontrava a funcionar em pleno, uma grávida, cuja gravidez não foi acompanhada ou vigiada pelo Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do HDS, que recorreu, por iniciativa própria, a esta instituição por suspeita de início de trabalho de parto”, diz. “A equipa médica diagnosticou uma morte fetal in útero, uma situação clínica inesperada, cujos dados em concreto cabe proteger e respeitar.

O conselho de administração do Hospital de Santarém garante que foram prestados à grávida “todos os cuidados necessários após sua admissão no serviço de urgência”, apresentando as “sentidas condolências à utente e à sua família”. Informa ainda que a mulher tem recebido apoio psicológico deste hospital. “O Conselho de Administração reitera ainda a confiança, o empenho e a dedicação em todos os profissionais de saúde da instituição”, termina.

Por seu turno, o Centro Hospitalar do Médio Tejo decidiu abrir um inquérito, apesar da grávida não estava a ser seguida pelos serviços de Ginecologia e Obstetrícia de Abrantes. Confirmando que a Urgência de Ginecologia e Obstetrícia da unidade de Abrantes se encontrava em contingência na quarta-feira, fonte da CHMT afirmou à Lusa que, se a grávida se tivesse dirigido a este serviço, teria sido avaliada pela equipa que assegura a resposta às utentes internadas e às situações de emergência e que é constituída por uma médica obstetra e três enfermeiras.

Segundo o CHMT, a grávida nunca foi encaminhada para a unidade de Abrantes pelos cuidados de saúde primários, existindo apenas um registo de um pedido de um exame de rotina para avaliação no final da gravidez, realizado no passado dia 18. “Se não existisse este registo, não teríamos sequer aberto o inquérito”, disse, salientando que este decorre porque a instituição “não tem nada a esconder”.

*Notícia atualizada às 18h35 com a informação relativa ao Centro Hospitalar do Médio Tejo

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