O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, inaugurou esta quinta-feira as remodeladas carruagens Arco, compradas a Espanha e que circularão na linha do Minho, visando construir “um comboio integralmente português” no futuro.

“Ainda teremos um comboio integralmente português. Aí chegaremos. Só um país que ambiciona, que sonha, que faz, que concretiza e que respeita o seu povo é que poderá algum dia ser rico“, disse o governante na estação de comboios de Valença, no distrito de Viana do Castelo.

Pedro Nuno Santos falava na inauguração das carruagens Arco, compradas à espanhola Renfe há dois anos, que foram recuperadas nas oficinas da CP – Comboios de Portugal em Guifões, Matosinhos (distrito do Porto).

O ministro relembrou que a remodelação das carruagens Arco incorporou cerca de 95% de materiais e tecnologias feitas em Portugal, frisando que “num país que não é rico, é assim que se trabalha”.

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“Põe-se novo com os nossos trabalhadores, com as nossas empresas, com empresas portuguesas. 95% do que está cá, em cada uma destas carruagens, é feito em Portugal, por mais de cinco dezenas de empresas portuguesas”, detalhou Pedro Nuno Santos.

O socialista disse ainda que a preocupação do Governo é “a mobilidade”, conseguir “tirar carros” das estradas portuguesas e “contribuir para a melhoria do ambiente” em Portugal.

Na inauguração das carruagens, a que se seguiu uma viagem entre Valença e Viana do Castelo, estiveram também presentes vários autarcas do Alto Minho e do Norte, bem como o presidente em exercício da CP, Pedro Moreira.

O responsável da empresa ferroviária referiu que as carruagens estão e são “novas”, lembrando que aquando da compra a Espanha foram apelidadas de “sucata”.

Pedro Moreira referiu que a eletrificação da linha do Minho e a utilização das carruagens de Intercidades, até os dias que decorrem, “permitiu melhorar muito as condições do serviço“, levando a que a procura tenha aumentado 23% entre o primeiro semestre de 2019 e deste ano.

Já o presidente da Câmara de Valença, José Manuel Carpinteira, pediu a redução do preço do passe para circular na linha do Minho, “para incentivar ao uso e utilização do comboio“, e também “que haja mais frequência de comboios entre Vigo e o Porto, mas pelo menos entre Valença e Viana”.

As carruagens Arco, esta quinta-feira inauguradas, podem circular a 200 quilómetros por hora (km/h), dispõem de tomadas USB para carregamento de aparelhos eletrónicos, iluminação LED, disse o presidente da CP, referindo ainda que uma carruagem “tem suporte para bicicletas“, até oito, e até “uma zona com sofás, ideal para transportar grupos de pessoas”.

No dia 14 de julho, o Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) autorizou a entrada ao serviço de passageiros da CP — Comboios de Portugal das carruagens Arco compradas à espanhola Renfe, depois de remodeladas em Portugal.

Em 2020, a CP comprou 51 carruagens à espanhola Renfe por 1,65 milhões de euros, visando requalificá-las nas oficinas de Guifões, em Matosinhos, no distrito do Porto.

A CP reabriu as oficinas em janeiro de 2020, com o propósito de garantir a manutenção do material circulante que está ao serviço da CP, recuperação do que está parado e modernização de composições, depois de terem encerrado em 2011.