As oito associações representativas dos trabalhadores da Cultura que se reuniram esta quinta-feira com o ministro da Cultura, em Lisboa, saíram da audiência sem qualquer compromisso de reforço de verbas nos apoios da Direção-Geral das Artes.

“O ministro não se comprometeu com este reforço. Esperamos que se venha a comprometer, não vamos desistir desta reinvindicação”, disse à agência Lusa Amarílis Felizes, da direção da Plateia — Associação de Profissionais das Artes Cénicas, uma das estruturas reunidas com Pedro Adão e Silva.

As oito associações apelam ao Governo para um aumento da dotação dos programas de apoio sustentado às artes, nas modalidades bienal (2023-2024) e quadrienal (2023-2026), que abriram em maio, com um montante global de 81,3 milhões de euros, e que estão atualmente em fase de avaliação de candidaturas.

“Tentámos munir o ministro da Cultura dos argumentos que nós temos para reivindicar este reforço, para evitar a destruição do trabalho feito por uma série de estruturas que estão implementadas. (…) Estamos muito preocupados com a hipótese de vermos menos estruturas financiadas do que aquelas que estão financiadas agora”, disse Amarílis Felizes.

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Questionada pela Lusa sobre o valor desse reforço pedido pelas associações, Amarílis Felizes não quis adiantar valores, justificando que não tem os dados de quantas entidades culturais se candidataram aos apoios, de que regiões são oriundas e quais os patamares de financiamento.

“Não nos queremos ver na situação de há cinco anos, em 2018, de termos reforços ‘ad hoc’ ao fluir da contestação. Achamos que deve agora ser avaliado o montante necessário para este reforço e que seja feito quanto antes, para os júris estarem a par disso e agir em consonância”, explicou.

Para a maioria das associações, esta foi a primeira reunião com o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, que tomou posse, no cargo, em março passado.

A reunião com o ministro da Cultura juntou representantes da Plateia, da Ação Cooperativista, da Acesso Cultura, da Descampado, da Rede – Associação de Estruturas para a Dança Contemporânea, da Associação de Artistas Visuais em Portugal, da Performart – Associação para as Artes Performativas em Portugal, do Sindicato dos Trabalhadores de Espectáculos, do Audiovisual e dos Músicos (Cena-STE).

Segundo a Direção-Geral das Artes, o montante financeiro global disponível para os concursos de apoio sustentado às artes, de 81,335 milhões de euros, “representa um incremento de 18% em relação ao ciclo de apoio anterior (2018-2021)”.

Os concursos bienais têm uma verba total de 20,5 milhões de euros e os concursos quadrienais contam com 60,8 milhões de euros.