Apenas um em cada cinco professores consideram que há apoios suficientes nas escolas para integrar alunos imigrantes e refugiados, segundo um inquérito realizado pela Federação Nacional de Educação (FNE).

“Apenas 21% afirma que são disponibilizados os apoios suficientes para a sua integração”, afirmou esta sexta-feira o secretário-geral da FNE, João Dias da Silva, baseando-se nos resultados da consulta realizada na primeira semana de julho, à qual responderam 2.668 educadores de infância e docentes do ensino obrigatório.

Questionados sobre a integração de alunos imigrantes e refugiados, a maioria dos professores (66,2%) disse ter estudantes estrangeiros nas suas escolas, mas apenas 21,1% afirmam que existem apoios suficientes.

Os restantes dividiram-se entre os que não sabem se existiram ou não apoios suficientes (44,3%) e os que consideram que faltaram meios (34,5%).

Em meados deste ano, professores, alunos e mães de crianças ucranianas lamentaram, à agência Lusa, as poucas horas de aulas de português disponíveis nas escolas, considerando ser difícil conseguir aprender a língua. No entanto, estes imigrantes reconheceram o empenho tanto de professores como de colegas portugueses em tentar integrar os jovens chegados da guerra.

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Desde o início do ano, com o eclodir da guerra na Ucrânia, as escolas acabaram por acolher mais alunos daquele país, com os diretores e professores a garantirem que estavam preparados e habituados a receber novos alunos quando o ano letivo já está a decorrer.

A guerra na Ucrânia levou a que milhares de pessoas fugissem do seu país: o número de refugiados ultrapassou os 6,8 milhões, sendo considerada a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

Portugal atribuiu mais de 47 mil proteções temporárias, sendo que 28% das quais foram concedidas a menores, segundo dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

Portugal atribuiu mais de 48 mil proteções temporárias a pessoas que fugiram da guerra

Das cerca de 12.500 crianças ucranianas que chegaram a Portugal fugidas da guerra, cerca de 4.600 foram integradas no sistema educativo português, juntando-se aos cerca de um milhão de crianças e jovens que frequentam as escolas portuguesas desde o 1.º ciclo ao ensino secundário.