A pandemia fez crescer os desportos ao ar livre e o golfe está a conquistar cada vez mais praticantes e ao mesmo tempo a afastar-se dos estigmas e preconceitos que teimosamente persistiam em Portugal. Uma modalidade que é praticada por mais de 100 milhões de pessoas em todo o mundo e que no nosso país encontra as condições ideais, com temperaturas amenas e muitos dias de sol durante todo o ano.

Os mais de 90 campos de golfe concebidos por arquitectos especializados fazem de Portugal um país perfeito par a jogar golfe. A prova de que estamos a dizer a verdade é que o nosso país foi eleito diversas vezes pelos “World Golf Awards” como Melhor Destino de Golfe da Europa e está entre os nomeados para o mesmo galardão em 2022. Campos que já são conhecidos pelos estrangeiros que nos visitam e que estão à espera de mais jogadores portugueses.

Há mais de 600 anos

Não se sabe ao certo quando se jogou golfe pela primeira vez, mas é aceite que o jogo teve origem na Escócia, por volta do ano 1400. Também há registos escritos de que que o jogo foi proibido pelo Rei James II por interferir com as competências dos arqueiros do reino que lutava contra os ingleses. Talvez por isso também haja estudiosos que atribuem aos ingleses a criação do golfe, o que também é algo confuso porque a palavra golfe deriva do alemão kolbe, ou taco. Seja como for, quem, um dia, se lembrou de inventar uma maneira de tornar possível bater uma bola a centenas de metros de distância numa só tacada, devia estar longe de imaginar que, em 2022, cada vez mais pessoas são praticantes deste jogo que foi desporto olímpico em 1900 e em 1904 sendo depois retirado deste evento até voltar em 2016, permanecendo até hoje.

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Um campo de relva, areia, buracos e meias

No golfe, o objetivo é colocar uma bola num buraco que pode estar a centenas de metros de distância do ponto em que é dada a primeira tacada. Este ponto – saída — chama-se Tee e o local onde está o buraco para colocar a bola chama-se Green. A Área do Tee ao Green chama-se Buraco e um campo de golfe pode ter 9 ou 18 destes Buracos, com comprimentos diferentes e dificuldades igualmente diferentes

Todo o percurso é feito num relvado mas, pelo caminho, há bunkers de areia. Se numa das tacadas a bola vai ali parar, a dificuldade em retirá-la aumenta, mas isso serve para dar mais emoção ao jogo e exigir mais talento aos jogadores.

O jogo exige concentração e é muito mais desafiante do que se pensa. Parece fácil acertar numa bola parada, mas a primeira dificuldade é mesmo essa. Que o diga Rui Unas que começou a fazer o programa de ensino 9 Semanas & 1/2, da Federação Portuguesa de Golfe e que agora está completamente rendido a este desporto. Um programa de ensino rápido que quer tornar o golfe mais acessível para todos.

Por apenas 190 euros (reembolsáveis) um jogador pode ter aulas suficientes para começar a jogar. Os clubes aderentes a este projeto, criado conjuntamente pela Federação, estão disponíveis de norte a sul do país. Basta entrar na página e escolher a localização mais conveniente e a melhor data.

Está na altura de juntar os amigos e irem todos dar umas tacadas. Mas antes vejam aqui os episódios da webserie 9 Semanas & 1/2, para começarem a aprender e começarem a escolher as meias certas para jogar. Sim porque quanto mais extravagantes forem, mais divertido se torna a aprendizagem.

Madeiras, ferros… que kit é este?

O chamado set de golfe consiste num conjunto de tacos e o respetivo saco. Pode acrescentar-lhe ainda um trolley, um carrinho para transporte do saco do jogador, que, inclusivamente pode ter um motor elétrico. Afinal, um campo de golfe pode ter mais de 12 km e carregar pesos a distâncias destas não é assim tão fácil. Também existem os caddies, profissionais contratados para carregarem o saco do jogador, e os buggies, para quem não quer caminhar tanto. Mas um dos prazeres deste desporto é, sem dúvida, os passeios que proporciona através de relvados muito bem cuidados e, mesmo que perto das cidades, com todo o sossego e beleza da Natureza. Mas voltemos aos tacos.

Existem vários tipos:

  • Tacos longos, chamados “madeiras” com a cabeça de grandes dimensões, inicialmente feitas de madeira, mas atualmente o seu fabrico é feito em carbono e titânio;
  • Tacos médios e curtos, chamados “ferros”, a cabeça de formato achatado é fabricada em aço;
  • Taco “putter”, especialmente desenhado para fazer rolar a bola no green.

É admirável a sua especificidade. Cada um tem o seu papel na projeção da bola, influindo desde a distância à precisão da pancada. Por brincadeira podia dizer-se que é preciso um curso para saber tudo o que um taco pode fazer por um golfista, mas esta descoberta faz parte do desafio e dá mais prazer ao jogador que percebe ter feito a escolha certa para a tacada perfeita. Já para o putt perfeito, quando a bola está no green e, para a colocar no buraco, é necessária uma correta leitura do terreno a percorrer e sensibilidade para a execução da respetiva pancada.

Handicap

Compreende-se que um jogo com tanto séculos de existência tem hoje um nível de aperfeiçoamento e rigor que exigiria muitos milhares de palavras para ser explicado ao pormenor. Mas queremos ainda falar-lhe do Handicap. No golfe, os jogadores (amadores) não competem entre si mas cada um joga contra o campo ou contra si próprio. E como é jogado em grupos, para permitir misturar jogadores de todos os níveis sem tirar interesse à partida, foi criado o handicap. Resumidamente, o Handicap traduz o nível de habilidade de cada jogador, conforme as tacadas que dá entre o Tee e o buraco. Quanto mais alto o handicap pior o jogador, sendo que zero é o ideal e pode ir até 36. Para obter um handicap em Portugal, o jogador deve contactar um clube filiado (com autoridade de handicap) ou a própria Federação Portuguesa de Golfe.

Num jogo entre jogadores de diferentes níveis, no final a pontuação é atribuída tendo em conta o handicap de cada um, tornando justa a partida. E muito mais interessante. Este é o único desporto do mundo onde um mau jogador pode ganhar a um bom jogador numa partida justa.

De que estamos a falar?

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Os termos usados no golfe são quase todos estrangeiros. Conheça aqui alguns:

Drive: Pancada de longo alcance. Geralmente é a inicial e, tipicamente, é realizada com um taco de madeira.

Fore: o que tem de se gritar quando uma bola corre o risco de atingir o público ou os outros jogadores, avisando-os do perigo iminente.

Swing: movimento de rotação que o corpo faz para dar uma pancada, que dá distância à bola.

Um desporto para todos

Longe vai o tempo em que jogar golfe era apenas para as pessoas mais endinheiradas. É certo que precisamos de um kit de golfe — saco e tacos — mas o seu preço é hoje muito semelhante ao de uma prancha de surf, ou a uma raquete de padel e é uma compra one shot. A partir daí, é só escolher a companhia e o campo. Cuja taxa de aluguer, hoje, não se compara às de antigamente. Hoje, para se jogar golfe, só é preciso querer e comprar — ou pedir emprestado, para começar — um saco de golfe com os respetivos tacos e os famosos sapatos de golfe, próprios para caminhar na relva com spikes (uma espécie de pitons) na sola que também ajudam a manter o equilíbrio. E as bolas, claro, as pequenas e rijas bolas de golfe, com a sua textura de favo, tradicionalmente brancas ou modernamente coloridas para serem mais fáceis de encontrar a cada tacada pelo relvado fora.

E que tal ter mais 5 anos de vida?

Se todos os argumentos anteriores ainda não o convenceram a experimentar o golfe, a saúde pode ser a tacada final.

Estudos científicos recentes, comprovaram que as pessoas que jogam golfe vivem mais 5 anos do que os outros. As caminhadas, as tacadas, a natureza, o ar puro, tudo contribui para uma vida mais saudável. Em média percorre-se 10 quilómetros, queimando 1500 calorias num jogo de golfe de 18 buracos.

Até a parte mental é muito estimulada num jogo de golfe. Contar as pancadas, perceber a direção do vento, a distância ao buraco, e muitas outras decisões, são essas variáveis que obrigam o nosso cérebro a estar activo e a manter-se saudável durante mais tempo.

Como vê, até pela sua saúde, o golfe é um desporto incontornável.

9 semana & 1/2 para ser golfista

Para começar a jogar golfe, algumas lições são fundamentais. Por isso, e porque cada vez mais pessoas de todas as idades se interessam por este desporto, foi criado o Programa “9 semanas & ½”.

Desenhado pela Federação Portuguesa de Golfe em colaboração com Clubes e Academias de todo o país, permite a iniciação no golfe e desafia a que, em apenas 9 semanas e meia, por um preço acessível, cada participante se torne num golfista capaz de enfrentar os campos, os Tees, os Grens e os Bunkers deste país e não só. Tudo por um preço muito convidativo (e possível para a generalidade dos portugueses) e com vantagens adicionais, entre as quais descontos na compra do Kit de golfe. Pode saber tudo neste link.

Assim, em pouco mais de 2 meses, com 2 aulas de grupo por semana, este curso aposta na aprendizagem pela experiência e pela prática, dando menos peso aos aspetos teóricos e mais ênfase ao prazer de jogar. É também partilhado por celebridades como Rui Unas, Carolina Torres, Hélder Tavares e Tiago Osório, todos convidados pela Federação Portuguesa de Golfe para participarem numa Webserie, cujos episódios irão captar/documentar as frustrações e os sucessos que todos têm de viver para aprenderem a jogar Golfe. Esta iniciativa contará sempre com muito humor e a boa disposição própria de quem tem o hábito de passear por relvados maravilhosos enquanto se supera si mesmo ao praticar este desporto.

Não queremos fazer spoiler, mas não resistimos a revelar que WebSerie terá como fio condutor o mesmo processo de aprendizagem utilizado no programa de iniciação, onde será possível observar a prática de vários aspetos, tanto técnicos como práticos, essenciais para alcançar o sucesso. Saiba tudo neste link e inscreva-se já.

Entretanto, faça o nosso Quizz. Apostamos que, rapidamente, vai estar completamente à vontade no mundo do golfe.