O secretário de Estado do “Brexit” sugeriu esta sexta-feira que os britânicos devem “ir de férias para Portugal” em vez de França para evitar as filas de espera registadas nas últimas semanas no controlo dos passaportes no porto de Dover.

Jacob Rees-Mogg insistiu que a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) — processo conhecido como “Brexit” – não é causa responsável pelos engarrafamentos que os turistas que tentam atravessar o Canal da Mancha têm enfrentado desde a semana passada, culpando as autoridades francesas por “não colocarem pessoas suficientes para operar as cabines adicionais” dos serviços de imigração que foram colocadas pelo porto de Dover.

“Vale a pena notar que os portugueses permitiram que os britânicos utilizassem e-Gates [portas eletrónicas] para entrar em Portugal. Portanto, pode ser que as pessoas achem mais fácil ir de férias a Portugal”, disse, em declarações à estação Sky News.

O secretário de Estado britânico recordou que Portugal é o “aliado mais antigo” do Reino Unido, invocando o Tratado de Windsor de 1386, “por isso devemos ser sempre muito simpáticos para com os portugueses“.

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Rees-Mogg referia-se ao facto de Portugal permitir o uso das portas tecnológicas de controlo de fronteiras nos aeroportos a cidadãos de países terceiros à UE como o Reino Unido, bem como os Estados Unidos, Canadá, Nova Zelândia, Austrália, Japão e Singapura.

No entanto, só podem usar esta modalidade os britânicos maiores de 18 anos, e após passarem as portas eletrónicas têm de esperar para que os passaportes sejam carimbados de forma a possibilitar que as autoridades portuguesas controlem o período máximo de estadia de 90 dias.

Os turistas britânicos com destino ao continente europeu têm enfrentado atrasos de várias horas devido ao congestionamento junto ao porto de Dover, de onde partem os barcos em direção a França, e também em Folkestone, no acesso ao Eurotúnel, que transporta automóveis de comboio.

“Se os franceses decidirem não providenciar os oficiais de imigração necessários vai haver filas. Foi uma decisão dos franceses“, vincou o político britânico, um conhecido eurocético.

As autoridades francesas rejeitaram a responsabilidade dos problemas, alegando que os problemas se devem ao aumento dos controlos de passaportes necessários devido ao “Brexit”.