A maioria democrata da Câmara dos Representantes aprovou legislação que proíbe a venda de armas de assalto e de dispositivos de alimentação de munição de grande capacidade, na sequência de vários tiroteios em massa com armas semiautomáticas.

A aprovação da lei 1808, cujo propósito é “regular armas de assalto para garantir que o direito a ter e portar armas não é ilimitado”, foi celebrada com aplausos e urras na Câmara dos Representantes.

Intitulada “Assault Weapons Ban of 2022”, a proposta passou com 217 votos a favor e 213 votos contra. A lei inclui exceções para certos tipos de armas semiautomáticas, como peças antigas, alguns tipos de espingardas e outras armas.

No entanto, a proposta encabeçada pelo congressista David Cicilline não deverá ser aprovada no Senado e como tal não entrará em vigor. A maioria democrata da Câmara dos Representantes avançou com o voto porque considerou importante dar uma resposta aos tiroteios em massa que abalaram a nação nos últimos meses.

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Estamos no meio de uma epidemia de violência armada – uma epidemia de carnificina e perda indescritível que deixou demasiadas famílias partidas”, afirmou Cicilline em comunicado. “E sabemos de algo que vai reduzir este derramamento de sangue, porque vimos que a proibição de armas de assalto funcionou entre 1994 e 2004”.

Essa proibição, promulgada durante a presidência de Bill Clinton, não foi renovada durante a administração de George W. Bush. Um estudo do professor de criminologia Christopher S. Koper, datado de 2020, concluiu que o número de tiroteios em massa aumentou depois do fim da proibição federal sobre as armas de assalto.

Para ser aprovada no Senado, a lei 1808 teria de ter votos a favor dos 50 senadores democratas e de pelo menos dez senadores republicanos, um apoio que não existe neste momento.

A proposta é trazida depois da aprovação histórica em junho de legislação que reforça o processo de revisão de cadastro para quem queira comprar armas, proíbe pessoas que tenham sido condenadas por violência contra ex-parceiros amorosos de deter armas, e dá incentivos aos estados para estabelecer leis “red flag”.