Desde que o poderio financeiro do PSG começou a evidenciar-se, há cerca de uma década, que o clube francês se tornou um autêntico triturador de treinadores que já tinham tido sucesso anteriormente e que o tiveram depois — e que, quase inevitavelmente, saíram de Paris pela porta pequena. Depois de Ancelotti, Blanc, Emery, Tuchel e Pochettino, o PSG começava este domingo a era Christophe Galtier. E já ninguém tem dúvidas de que o sucesso será medido entre a conquista ou não da Liga dos Campeões.

Num verão em que os parienses mudaram precisamente de treinador, despedindo Pochettino e contratando Galtier, que estava no Nice e que ganhou a Ligue 1 com o Lille há dois anos, Di María acabou por ser a única estrela da constelação a deixar o Parque dos Príncipes. O argentino seguiu a custo zero para a Juventus e o PSG contratou o lateral Mukiele ao RB Leipzig e o médio Vitinha ao FC Porto, para além de ter acionado a opção de compra de Nuno Mendes ao Sporting e de ter recebido Sarabia de volta após o empréstimo aos leões.

O segredo mais mal guardado já é oficial: Christophe Galtier substitui Mauricio Pochettino e é o novo treinador do PSG

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No Bloomfield Stadium, em Telavive, o PSG tinha este domingo a possibilidade de chegar ao primeiro troféu da temporada logo no primeiro jogo oficial. Contra o Nantes, vencedor da Taça de França na época passada, aparecia enquanto campeão em título para disputar o Trophée des Champions, a Supertaça francesa. Nuno Mendes e Vitinha eram ambos titulares, assim como Messi, Neymar e Sergio Ramos, e também Sarabia surgia de início no trio ofensivo parisiense, já que Mbappé falhava a final por estar castigado. Danilo Pereira era suplente e, do outro lado, o ex-Benfica Corchia também começava no banco.

“O grande objetivo é ganhar. É um troféu. Falámos muito sobre este jogo no início da temporada. Antes de pensar na Liga dos Campeões, temos de fazer tudo o que pudermos para ganhar os três troféus domésticos. No ano passado, não conseguimos ganhar este título. Não sei se é suposto provarmos alguma coisa mas, quanto melhor jogarmos, mais chances temos de ganhar. Ainda há coisas para corrigir mas o mais importante é conseguir ganhar. Pressão? Quando és o treinador do PSG, claro que tens muita pressão. Seria ótimo para todos conseguir ganhar este troféu logo no início. Para mim também. Estou muito feliz e orgulhoso por poder treinar esta equipa e estamos a trabalhar para ganhar troféus”, disse Christophe Galtier na antevisão da partida.

E a tarefa acabou por não ser muito complicada. Lionel Messi abriu o marcador ainda dentro da meia-hora, ao aproveitar um desvio incompleto da defensiva do Nantes para ficar isolado e fintar ao guarda-redes antes de marcar (22′), e Neymar aumentou a vantagem já nos descontos da primeira parte de livre direto (45+5′). No segundo tempo, com uma nota artística acima da média, Sergio Ramos elevou os números no marcador de calcanhar após uma defesa de Lafont a uma tentativa de assistência de Sarabia (57′). Galtier mexeu pela primeira vez a cerca de 20 minutos do fim, trocando Nuno Mendes e Vitinha por Bernat e Danilo, e o estreante médio português deixou indicações muito positivas nos primeiros minutos oficiais que fez pelo PSG.

Nos últimos 10 minutos, os parienses ainda chegaram à goleada de grande penalidade, com Neymar a bisar após ser carregado em falta por Castelletto (82′), que foi expulso. Até ao fim, já nada mudou. O PSG não tremeu no primeiro teste oficial da temporada e conquistou a Supertaça pela nona vez nos últimos 10 anos sem dar hipótese ao Nantes e com recurso às estrelas mais brilhantes de uma constelação que vai tentar chegar ao inédito título europeu sem esquecer as obrigações que continua a ter dentro de portas.