Um ex-recluso da cadeia de Custóias vai receber 50 mil euros por diagnósticos errados tanto nos serviços clínicos da prisão como do Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, que levaram à amputação de uma perna.

O Jornal de Notícias conta que o caso remonta a 2009, especificamente a um dia em que o homem que cumpria pena por crimes de tráfico de droga, na altura com 28 anos, se lesionou durante um jogo de basquetebol. O incidente levou a que fosse assistido no posto médico da cadeia e ao diagnóstico de uma entorse.

As dores mantinham-se após alguns dias de tratamento, até que acabou por ser levado às urgências do Hospital Pedro Hispanho onde, após a realização de um raio-x, o diagnóstico foi reiterado. O tratamento não surtiu o efeito desejado e o recluso voltou ao hospital de Matosinhos onde voltou a fazer uma radiografia e lhe disseram que teria uma “dor articular”.

As dores tornaram-se insuportáveis e o homem pediu para ser levado para o Hospital de S. João, onde lhe foi diagnosticada uma “arteriosclerose de artérias nativas”. O relatório foi bem mais grave do que os anteriores levou à necessidade de retirada de um trombo nas artérias, mas não foi suficiente, já que o atraso no diagnóstico tinha levado ao agravamento da situação. O ex-recluso acabou por ser amputado até ao joelho.

Quatro dias depois, a 19 de dezembro, porque as dores eram insuportáveis e já não sentia os dedos do pé, Tobias recusou-se a ir novamente à USLM, pedindo que o levassem antes ao Hospital de S. João.

Doze anos após o caso, e no seguimento da queixa e pedido de 150 mil euros de indemnização por danos patrimoniais e não patrimoniais, o Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) do Porto considerou que houve “falta” culposa dos profissionais de saúde. A prisão e o hospital de Matosinhos foram condenadas a pagar 50 mil euros, sendo que todos recorreram da decisão.

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