“‘Perdão’ sou piloto da TAP’.” “Não tenho direitos“. “Sou piloto da TAP e também sou contribuinte“. Em silêncio, os pilotos da transportadora aérea portuguesa ergueram esta manhã cartazes frente ao aeroporto de Lisboa, entregando panfletos aos passageiros que cruzavam o local. O protesto contra a falta de reposição dos cortes salariais depois da reestruturação da empresa, a dificuldade em realizar plenários de trabalhadores e a falta de respostas por parte do Governo rumou depois até à sede da empresa.

Segundo o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil, participam esta manhã na ação “cerca de 500 pilotos”, que estavam todos de “férias ou folgas”. Nos panfletos entregues, os pilotos queixam-se de terem aceitado “um corte de 50% nos vencimentos para salvar empregos” e que, agora, a “TAP diz que tem pilotos suficientes e mantém o corte dos salários”.

“A TAP mantém pilotos sem funções atribuídas, mas pede aos pilotos para trabalharem nas folgas e nas férias; a TAP recusa pedido para realização de plenário de pilotos e ignora direitos laborais”, queixam-se os pilotos.

Ainda esta manhã, no decorrer da manifestação, a TAP enviou um comunicado às redações onde “lamenta não ter ainda chegado a um acordo”.

“A TAP lamenta não ter ainda chegado a um acordo com os seus pilotos, essenciais à companhia, e mantém-se empenhada em encontrar soluções que permitam garantir a sustentabilidade da empresa e de todos os seus trabalhadores”, diz a empresa.

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“Administração tem agido de modo autista”

Tiago Faria Lopes, do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) acusou a administração de ser “autista” no processo: “Peço desculpa pela palavra, mas a administração tem agido de modo autista”.

“O ministro Pedro Nuno Santos está a compactuar com gestão que não pode continuar assim. Tudo o que a TAP faz, diz que está dentro do plano de reestruturação. O senhor ministro fala muito, mas os seus atos não andam de mão dada com as suas palavras. Na gestão TAP é igual, diz muitas palavras bonitas na comunicação social”, acusou o representante dos pilotos.

“Estamos a ver a morte da TAP e isso não queremos, 3,2 mil milhões de euros é muito dinheiro para se andar a brincar com o dinheiro dos contribuintes”, alerta o piloto da TAP alegando que a “gestão está a levar a empresa à falência”.