Os oito promotores de empreendimentos turísticos em áreas da faixa costeira de Grândola (Setúbal) comprometeram-se a reduzir o número de camas turísticas dos projetos e a defender os recursos hídricos, disse esta terça-feira o autarca local.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara de Grândola, António Figueira Mendes (CDU), não quantificou a redução da oferta de camas assumida pelos promotores, uma vez que “ainda não se chegou a esse pormenor”, mas destacou que a mesma será “significativa”.

“A ideia com que ficámos é que toda a gente está de acordo com essa diminuição”, a qual “é do seu próprio interesse, e acredito que vamos ficar com uma boa percentagem de redução”, comentou o autarca.

Em comunicado divulgado esta terça-feira, o município revelou que se reuniu com os promotores dos empreendimentos turísticos das áreas programadas da faixa costeira no concelho.

O encontro decorreu “na quarta-feira” da semana passada e juntou “os oito” promotores de empreendimentos turísticos, “para ser transparente” para todos os envolvidos, afirmou o autarca.

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Segundo a câmara municipal, a reunião teve como objetivo sensibilizar os empresários “para a necessidade de repensarem os seus projetos, com vista à redução do número de camas turísticas [e] à implementação de medidas que contribuam para o crescimento sustentável da região, em respeito pela população, a natureza e o ambiente”.

Figueira Mendes disse à Lusa que o encontro resultou “num compromisso conjunto, com vista à redução significativa do número de camas turísticas”.

A autarquia esclareceu que “a redução do número de camas turísticas” será aplicada aos empreendimentos que se encontram “em fase de construção ou em processo de licenciamento”, abrangidos em Planos Territoriais de Âmbito Municipal aprovados antes da entrada em vigor do Plano Regional de Ordenamento do Território do Litoral Alentejano (PROTA – 2010).

A “defesa dos recursos hídricos” foi também acolhida de forma unânime, nomeadamente através da “implementação de soluções de dessalinização da água do mar” para rega dos campos de golfe e ares verdes, acrescentou o presidente da câmara.

“É também uma questão ambiental, porque queremos um turismo sustentável no concelho. A situação mudou, do ponto de vista ambiental, e queremos acompanhar essa evolução”, disse.

O autarca argumentou que “foi com muita satisfação” que o município percebeu que, “da parte dos promotores, há uma grande adesão”.

O investimento turístico e imobiliário tem de ser assente no crescimento sustentável do nosso concelho” e, para beneficiar os munícipes e a sua qualidade de vida, “tem de respeitar o ambiente, os recursos hídricos, a paisagem e prevenir os riscos das alterações climáticas”, referiu Figueira Mendes.

O município lembrou também que “está em curso e em fase de finalização o processo de alteração do Plano Diretor Municipal (PDM)”, que irá estabelecer “regras mais apertadas para o investimento turístico e imobiliário” no concelho.