processo de descentralização de competências para as freguesias está “um pouco aquém” do expectável, com “cerca de 115” dos 278 municípios de Portugal continental a delegarem responsabilidade para as juntas, revelou hoje a Associação Nacional de Freguesias (Anafre).

Dos 278 municípios no continente, ainda só cerca de 115 transferiram competências para as freguesias, isso equivale, neste momento, a cerca de 100 milhões de euros”, afirmou o presidente da Anafre, Jorge Veloso (PS), no final de uma audiência com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém, em Lisboa.

Em declarações aos jornalistas, o presidente da Anafre manifestou preocupação com a transferência de competências dos municípios para as freguesias, indicando que o processo se situa “num patamar um pouco aquém daquilo que seria de esperar neste momento”.

Jorge Veloso apontou que o processo desencadeado por cerca de 115 municípios envolve “mil cento e poucas freguesias” das 2.882 de Portugal continental, referindo ainda que a verba a transferir para as freguesias “está muito longe daquilo que seria expectável”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Porque a lei já é de 2019, decreto-lei de 2020 e já estamos em 2022″, salientou.

Sobre a descentralização de competências do Estado central para os municípios, que antecede a possível transferência para as juntas, o representante da Anafre disse que “as freguesias não têm aí qualquer intervenção”, embora estejam disponíveis, se as câmaras municipais assim o entenderem, para receber “algumas competências” no âmbito da Educação, da Ação Social e da Saúde.

Questionado sobre a lei-quadro de criação, modificação e extinção de freguesias, que prevê um regime transitório para a correção das agregações ocorridas em 2012/2013, Jorge Veloso adiantou que “há muitos processos a decorrer de norte a sul” do país, sem conseguir apontar um número exato.

Segundo Jorge Veloso, algumas assembleias de freguesia já se pronunciaram, outras vão pronunciar-se agora em assembleias extraordinárias e algumas em setembro, “depois isso terá que passar pelas assembleias municipais também e, depois, serão enviadas para a Assembleia da República”.

Sei que há alguns municípios que estão a intervir neste processo e estão a ajudar nessas possíveis projetos de lei a serem enviados, mas não consigo dizer um número exato. Sei que há algumas centenas, mas não será um número também muito exagerado”, declarou o dirigente da Anafre, que é também presidente da União das Freguesias de São Martinho do Bispo e Ribeira de Frades (Coimbra).