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O acervo é vasto: quadros de autores de renome como Pablo Picasso, Wassily Kandinsky e Paul Cézanne, um helicóptero, várias casas, dinheiro e joias. A Justiça italiana confiscou, esta quarta-feira, os bens de Lanfranco Cirillo, também conhecido por ser o arquiteto responsável pelo palácio do Presidente russo, Vladimir Putin, em Gelendzhik.

Segundo o jornal italiano La Reppublica, os tribunais italianos ordenaram ainda a apreensão os bens de outros 44 oligarcas russos. No que diz respeito a Lanfranco Cirillo, o arquiteto está acusado de crimes de fraude fiscal, branqueamento de capitais e lavagem de dinheiro num total de 141 milhões de euros.

Os bens foram apreendidos após a conclusão de uma investigação levada a cabo pelo núcleo policial da cidade de Bréscia. Na origem do processo esteve um helicóptero com matrícula russa que não estava devidamente registado, algo que levou as autoridades a descobrir que o arquiteto de 63 anos não tinha declarado milhões de euros ao fisco italiano. 

A polícia investigou também aquilo que diz as “notáveis manifestações de riqueza” de Lanfranco Cirillo, que eram “completamente desproporcionais em relação aos rendimentos declarados formalmente” para os quais “não foram fornecidas quaisquer justificações”. As autoridades decidiram, assim, apreender preventivamente os bens do arquiteto — até que conceda uma explicação válida para a aparente desconexão.

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Lanfranco Cirillo não vive, atualmente, em Itália, tendo-se mudado recentemente para o Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Antes da guerra na Ucrânia, o arquiteto passava várias temporadas em Moscovo, mantendo contacto com vários dirigentes do Kremlin.

Cirillo é o arquiteto responsável por construir o designado “Palácio de Putin” em Gelendzhik, uma estância balnear no Mar Negro, avaliada nos 1.200 milhões de euros. A luxuosa mansão possui um túnel interior que leva à praia, uma zona com casino, um spa, sala de cinema, adegas e várias piscinas, assim como jardins sumptuosos. Terá sido inspirada na “Villa Certosa”, que outrora pertenceu ao ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi — mas que foi vendida à família real saudita.

O luxuoso palácio de mil milhões que Putin diz não ser seu (e que se tornou “demasiado perigoso” investigar)

A Fundação Anti-Corrupção do opositor russo Alexei Navalny denunciou que o palácio foi construído com dinheiros públicos através de um esquema de corrupção liderado por Vladimir Putin, que rejeitou sempre ser proprietário da mansão.