Cerca de 30 pessoas concentraram-se esta quinta-feira junto a um Minipreço em Lisboa contra o despedimento coletivo de 181 trabalhadores e o encerramento de 25 lojas.

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Esta concentração que fazemos aqui à porta da loja do Minipreço aqui na avenida Luís Bívar está relacionada com uma ação de protesto contra medidas apresentadas pela empresa, nomeadamente um despedimento coletivo de 181 trabalhadores e o encerramento de 25 lojas“, disse à Lusa Válter Ferreira, do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP).

Segundo o sindicalista, o CESP quer “a inversão total deste processo” apontando que é “perfeitamente possível”, desde que haja investimento da empresa “nos trabalhadores, nas pessoas, nas lojas” e não nas indemnizações com os despedimentos.

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É um bocado ridículo, alegamos não haver dinheiro, mas depois gastamos centenas de milhares de euros a criar desemprego e a deitar fora um património humano que também custou dinheiro à empresa”, apontou Válter Ferreira.

O grupo Dia, dono da cadeia Minipreço, anunciou esta quinta-feira que fechou o 1.º semestre do ano com prejuízos de 104,7 milhões de euros a nível global.

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Quanto à greve de 24 horas, que se realiza esta quinta-feira, o sindicalista referiu que, “apesar de não haver números concretos, existe uma adesão bastante positiva“.

José Gouveia era responsável da loja do Minipreço na Avenida Luís Bívar, onde esteve esta quinta-feira, do lado de fora, na concentração organizada pelo CESP.

Agora recolocado, trabalhou em várias lojas ao longo dos 26 anos na empresa e receia a falta de garantias pela administração.

Neste momento, os que ficam não têm garantias se têm futuro, se a empresa tem futuro”, afirmou à Lusa.

José Gouveia disse estar “um pouco” magoado com a decisão da empresa porque “foi muito repentino”.

Quando questionado se acredita que a administração pode voltar atrás na decisão do despedimento coletivo, José Gouveia assinalou que “a esperança é a última a morrer” e foi por isso que esta quinta-feira se concentraram em Lisboa.

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No final de julho, em resposta ao Observador e à Lusa, o Grupo Dia admitiu estar num “momento complexo” devido à conjuntura macroeconómica, garantindo estar a construir um futuro que assegure a “sustentabilidade e rentabilidade” do negócio.

Sob esta premissa de solidariedade de todos para assegurar as melhores condições, a empresa confia que as decisões tomadas se revistam de um clima de colaboração e diálogo com todas as partes envolvidas”, sublinhou.

O grupo disse ainda que o processo incluiu reuniões com todas as partes, “num ambiente de respeito”, acrescentando estar empenhado em manter “uma operação estável em Portugal, que permita a solvência de todos os que diariamente contribuem para atingir este propósito”.