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A guerra na Ucrânia e a posição da Turquia na Síria serão os dois principais temas da agenda do encontro que se realiza na sexta-feira entre o Presidente turco e o russo, na cidade de Sochi.

Recep Tayyip Erdogan irá assegurar a Vladimir Putin que pretende continuar a atuar como mediador para um cessar-fogo duradouro na Ucrânia, segundo avançou esta quinta-feira a estação pública turca TRT.

O seu mais recente esforço de mediação levou à assinatura, a 22 de julho, de um acordo para permitir a retoma das exportações de cereais de três portos ucranianos, coordenada a partir de Istambul e com a participação de delegados russos, ucranianos, turcos e das Nações Unidas.

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Na quarta-feira, o primeiro navio a navegar sob este acordo, o cargueiro Razoni, carregado com milho com destino ao Líbano, passou pelo Bósforo para ser inspecionado pela equipa conjunta em Istambul.

Navio com 16 toneladas de milho já a caminho do Líbano. Existem mais 17 navios com cereais prontos para sair da Ucrânia

No dia anterior, Moscovo tinha lembrado que o acordo assinado também visa melhorar “as condições de acesso de fertilizantes e alimentos russos ao mercado internacional”.

Erdogan, como garante do acordo, irá assegurar, na sexta-feira na cidade russa de Sochi, que Putin mantém a sua aprovação às exportações de cereais enquanto são discutidos aspetos das sanções financeiras europeias à Rússia.

Outra questão em cima da mesa será a tentativa de Erdogan de obter a aprovação de Putin para uma nova operação militar turca no norte da Síria contra as milícias curdas, as Unidades de Proteção Popular (YPG), que o Presidente turco está a anunciar há semanas.

Esse foi o seu foco principal na última reunião com o líder russo, realizada em Teerão, em conjunto com o Presidente iraniano, Ebrahim Raisi, a 20 de julho.

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Nessa altura, Putin manifestou-se claramente contra a atividade de “forças externas” na Síria e defendeu o restabelecimento da autoridade de Damasco sobre todo o território.

Esta posição põe em causa os planos de Erdogan, já que, desde a última operação turca na Síria, em 2019, o YPG concluiu acordos conjuntos com o regime sírio e russo para impedir o avanço das forças turcas.

A Rússia é o principal apoio militar do ditador sírio Bashar al-Assad, enquanto a Turquia apoia as milícias islâmicas que se opõem ao regime desde o início da guerra civil, em 2011.