O emprego nos EUA subiu em julho mais do que o esperado, o que segundo a Bloomberg e a Reuters, afasta (pelo menos para já) alguns fantasmas de uma eventual recessão — que alguns economistas têm considerado como provável num futuro próximo. Os dados conhecidos esta sexta-feira também podem vir a pressionar a Reserva Federal (Fed) quanto a um novo aumento das taxas de juro como forma de conter a inflação.

A economia norte-americana conseguiu criar, em julho, 528.000 postos de trabalho, um salto acima do esperado e o maior aumento em cinco meses, de acordo com o Departamento do Trabalho. Os principais contributos foram os setores do alojamento e da restauração, cuidados de saúde e consultoria. Os números do mês anterior também foram revistos em alta (mais 398.000 empregos e não 372.000). Como resultado, a taxa de desemprego recuou 3,5%, para um mínimo do pré-pandemia.

As estimativas da Bloomberg e da Reuters apontavam para ganhos à volta dos 250.000 postos de trabalho em julho e que a taxa de desemprego se mantivesse nos 3,6%. Os números agora registados tratam-se, portanto, de boas notícias, mas não dissipam por completo os receios de alguns economistas de uma recessão — já que o PIB caiu entre abril e junho pelo segundo trimestre consecutivo, o que tecnicamente pode ser considerado território recessivo, embora a administração Biden tenha recusado usar o termo recessão.

Ainda assim, segundo a Bloomberg, a evolução melhor do que o esperado do emprego dá à Reserva Federal dos EUA (Fed) um motivo para manter uma política monetária agressiva contra a inflação. Na semana passada, Jerome Powell, presidente da Fed, admitiu a possibilidade de os funcionários aumentarem as taxas em 75 pontos base pela terceira vez na reunião de setembro, de acordo com a inflação e a evolução da economia.

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