Um estudo realizado por oncologistas espanhóis apresentado numa das sessões da Conferência Mundial sobre o Cancro do Pulmão, que se prolonga em Viena até terça-feira, mostra que, em pacientes com um tipo de tumor potencialmente operável, a administração de uma combinação de quimioterapia e imunoterapia antes da cirurgia aumenta em 20% a taxa de sobrevivência, comparando com a opção de tratar com quimioterapia isoladamente. As conclusões são fruto de um estudo realizado pelo Grupo Espanhol de Cancro do Pulmão e o trabalho revela “uma clara superioridade da quimioimunoterapia neste tipo de tumor em relação ao tratamento convencional”.

Segundo o El Mundo, em mais de um terço dos pacientes tratados num ensaio com essa combinação verificou-se que o volume do tumor “desapareceu”, tendo ainda sido “completamente reduzido” em 36,8% dos pacientes, algo que só ocorre em 6% dos casos quando a quimioterapia é administrada após a cirurgia. Esta é, recorde-se, a abordagem mais tradicional.

Mariano Provencio, presidente do grupo e investigador principal do estudo, explica que “84,7% dos pacientes tratados com quimioimunoterapia ainda estão vivos em comparação com 63,4% do ramo tratado apenas com quimioterapia”. “É um grupo heterogéneo de pacientes, muitos deles com doença não metastática, mas com tumores de grande volume, que com a combinação de quimioterapia e imunoterapia conseguem não apenas reduzi-la, mas, em muitos casos, desaparecer a doença.”

O estudo recrutou 86 pacientes de 20 hospitais espanhóis e os resultados agora apresentados no congresso de Viena destacam que, além da redução do tumor, os pacientes tratados com quimioimunoterapia têm maior probabilidade de sobreviverem.

Com o novo esquema de combinação de tratamento, 66% sobreviveram sem que o tumor progredisse novamente ao longo de 24 meses, em comparação com 44% do grupo que recebeu o tratamento tradicional. “É possível que mais pessoas operem com esta abordagem porque o tratamento é mais eficaz na redução do tamanho do tumor, sem adicionar muita toxicidade”, explica Mariano Provencio.

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