Diplomatas envolvidos nas negociações sobre o programa nuclear iraniano disseram no domingo estarem otimistas sobre a possibilidade de chegar a um acordo para impor limites ao enriquecimento de urânio por parte de Teerão.
Estamos a cinco minutos ou cinco segundos da linha de chegada”, disse o embaixador russo Mikhail Ulyanov aos jornalistas no exterior do Palais Coburg, em Viena, quatro dias após o início das negociações.
Ulyanov disse que há “três ou quatro questões” ainda por resolver. Questões “sensíveis, especialmente para iranianos e americanos”, disse o diplomata. “Não posso garantir, mas a impressão é que estamos a caminhar na direção certa”, acrescentou.
Enrique Mora, o principal negociador da União Europeia, também disse estar “absolutamente” otimista com o progresso das negociações até agora.
Estamos a avançar e espero fechar as negociações em breve”, disse o diplomata espanhol à imprensa iraniana.
Negociadores do Irão, dos Estados Unidos e europeus retomaram na quinta-feira as negociações sobre o programa nuclear iraniano, na capital austríaca.
Nuclear. Irão refere que “a bola está do lado dos Estados Unidos”
Os países ocidentais exigem o respeito por um acordo internacional firmado em 2015.
O acordo concedeu uma suavização das sanções ao Irão em troca de restrições ao programa nuclear, para garantir que Teerão nunca poderia desenvolver uma arma nuclear, o que sempre negou pretender.
O Irão exige a retirada de um inquérito conduzido pela Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) a vestígios de urânio enriquecido encontrados em três locais não declarados no país.
Os Estados Unidos, sob a administração do ex-Presidente Donald Trump, retiraram-se de forma unilateral do acordo em 2018, tendo imposto severas sanções económicas contra o Irão, algo que levou Terrão a iniciar uma aceleração gradual do seu enriquecimento de urânio.
A última medida do Irão ocorreu na semana passada, quando começou a injetar gás a 500 centrifugadoras avançadas, em reação às recentes sanções dos Estados Unidos contra seis companhias asiáticas por terem facilitado exportações de petróleo iraniano.
O atual Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou, após tomar posse, pretender um regresso ao acordo, mas as conversações estão num impasse desde março, quando as partes envolvidas pareciam estar perto de um compromisso.