A Jato é uma referência na análise dos dados relativos ao mercado automóvel e, desta vez, concentrou-se nas diferenças entre as preferências dos clientes empresariais e as dos particulares. Menos limitadas pelo custo total, mas mais sensíveis ao valor das rendas mensais, as empresas ligam tradicionalmente menos ao preço total, dando preferência à desvalorização ao longo do período de contrato, que determina o esforço financeiro. O estudo da Jato tem dimensão europeia, tendo sido avaliada a realidade em 17 países da União, com base nos dados referentes ao primeiro trimestre do ano.

De Janeiro a Março de 2022, o modelo que as empresas mais compraram foi o VW Golf, que liderou com 25.011 unidades, seguido por um batalhão de modelos da Stellantis, respectivamente o Citroën C3 (24.103), Peugeot 208 (23.407) e 2008 (18.109) e Opel Corsa (17.752). Depois surgem o VW T-Roc (17.311), o Skoda Octavia (16.060), o Peugeot 3008 (15.477), o VW Tiguan (15.393) e o Renault Clio (14.466), este último muito longe do seu rival directo 208.

Enquanto isto, os clientes privados revelaram uma clara preferência pela Dacia, uma vez que o modelo que mais adquiriram foi o Sandero (38.917), seguido do Duster (24.941), com o 208 (17.535) a manter a 3ª posição do ranking que já ocupava nas empresas. Após este trio, a tabela prossegue com o T-Roc (16.621), VW Polo (14.998), Corsa (14.490) e Clio (13.735). O Mini (13.688), o C3 (13.486) e o 2008 (13.433) encerram o top 10 das escolhas dos particulares.

No que respeita à diferenciação das preferências por tipo de combustível, os veículos eléctricos são adquiridos de forma equilibrada, com privados e empresas a ficarem com 50% cada. Mas este equilíbrio desaparece quando se fala de híbridos (HEV) e de híbridos plug-in (PHEV). Os HEV são comprados em 58% dos casos pelos particulares (42% pelas empresas), em busca de uma economia similar aos diesel, num modelo com motor a gasolina electrificado. Já nos PHEV a situação é a oposta, com os clientes empresariais a adjudicaram 69% das compras, ficando os privados com apenas 31%, em virtude do seu preço mais elevado e dos maiores incentivos para as empresas em muitos países – Portugal incluído. Os veículos equipados exclusivamente com motores de combustão são preferidos pelas empresas em 54% e pelos particulares nos restantes 46%.

Quando se trata de escolher que eléctrico adquirir, também há opções muito distintas, de acordo com o tipo de cliente. Entre os 10 automóveis eléctricos mais vendidos, há seis que maioritariamente são preferidos pelos particulares. É o caso dos Tesla Model 3 (58%) e Model Y (52%), do Kia e-Niro (54%), Renault Zoe (52%), Peugeot e-208 (52%) e Hyundai Ioniq 5 (56%), com o maior desequilíbrio a pertencer ao Model 3 (58% de empresas contra 42% dos privados) e do Hyundai Ioniq 5 (56% contra 44%).

As empresas (ou profissões liderais) revelaram preferência por eléctricos como o Fiat 500e (51%), Volkswagen ID. 4 (56%), Hyundai Kauai EV (51%) e Skoda Enyaq iV (54%), cabendo a maior diferença aos modelos do Grupo VW, respectivamente o ID. 4 (56% contra 44%) e o Enyaq iV (54% contra 46%).

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR