Um tribunal ucraniano condenou esta segunda-feira um soldado russo a uma pena de 10 anos de prisão. Anton Herashchenko, do Ministério do Interior, refere que o militar foi declarado culpado de violar as leis de guerra ao ter disparado com um tanque contra um prédio residencial.

A Reuters adianta que o condenado é o sargento Mikhail Kulikov, que terá disparado contra uma zona residencial em Chernihiv a 26 de fevereiro, dois dias após o início da invasão russa na Ucrânia. Kulikov, que foi detido enquanto lutava, assumiu a culpa no ataque durante o julgamento, mas pediu uma punição mais branda pelo facto de estar a seguir ordens superiores. A agência NEXTA revela que nas suas últimas palavras pediu perdão a todos os ucranianos afetados.

O Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), citado pela Al Jazeera, refere que Kulikov atravessou a fronteira da Bielorrússia com a Ucrânia a 24 de fevereiro, quando começou a invasão. Segundo o SBU, o sargento disparou sobre várias vilas até chegar a Chernigiv, onde, seguindo as ordens de um comandante, disparou sobre um prédio residencial de 11 andares.

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A Ucrânia está a investigar quase 26 mil suspeitas de crimes de guerra cometidos no país. Durante a invasão a Rússia tem mantido o argumento de que só atinge infraestruturas militares, negando disparar sobre alvos civis.

Este não é o primeiro militar julgado por Kiev no seguimento da guerra. Shishimarin, de 21 anos, foi o primeiro soldado russo a ser julgado por crimes de guerra na Ucrânia. Durante o julgamento, o jovem declarou-se culpado da morte de um civil, de 62 anos, na região de Sumy. Inicialmente condenado a prisão perpétua, Shishimarin viu a sua pena reduzida para 15 anos.

Primeiro soldado russo condenado a prisão perpétua vê pena reduzida para 15 anos