No final da 1.ª fase de candidaturas ao Ensino Superior registaram-se 61.473 candidatos para as cerca de 53 mil vagas que se encontram em aberto para o próximo ano letivo. As universidades e politécnicos estão contra o aumento de vagas extraordinárias e esperam uma solução.

De modo a aumentar a oferta disponível no ensino superior e a corresponder à elevada procura, o governo decidiu, em 2020 e 2021, autorizar as instituições a integrarem no concurso nacional de acesso as vagas que não tivessem sido preenchidas nos concursos especiais.

Esta medida levou a que se tivessem candidatado mais de 63 mil alunos em cada um dos anos. Para 2022 está prevista a mesma norma, embora a decisão final do Governo ainda não seja conhecida.

Em declarações ao Público, fonte do gabinete da ministra Elvira Fortunato assegurou que o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior “tomará decisões sobre esta matéria apenas após concluído o concurso”. O concurso terminou à meia-noite desta terça-feira, faltando agora conhecer-se a decisão relativa às vagas.

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António Sousa Pereira, presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, mostrou-se contra novo aumento extraordinário das vagas, considerando que a medida implementada nos últimos dois anos “traduziu-se em ‘zero’ em termos orçamentais”.

Por seu turno, Maria José Fernandes, presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, defende ao jornal que “não se justificará” o aumento das vagas.

“Mais alunos significam mais salas de aulas, mais docentes, mais técnicos e, sem dinheiro, não temos condições de fazê-lo”, visto que existem “instituições que estão no limite”.

A presidente garante ainda que o reforço de 1.398 vagas face a 2021 — 53.640 contra 52.242 — traduz-se no maior acréscimo de vagas num só ano desde 2010. Este fator explica-se pela procura, que está “acima do que era habitual” antes da pandemia. Ainda assim Maria José Fernandes entende que as vagas são suficientes para a procura.