Um escândalo bancário ligado ao passado do chanceler alemão, Olaf Scholz, enquanto autarca de Hamburgo, ameaça colocá-lo em apuros, segundo vários títulos da imprensa alemã desta quarta-feira, entre os quais o Der Spiegel.

No centro da controvérsia estão 214 mil euros em numerário encontrados num cofre pertencente a Johannes Kahrs, ex-deputado do Partido Social-Democrata (SPD, na sigla em alemão) que dirigia uma organização local de Hamburgo em 2016, quando Scholz era presidente da autarquia.

Segundo os meios alemães, o dinheiro poderia estar relacionado com o escândalo do banco Warburg, que uma comissão do parlamento local investiga há mais de dois anos.

Em 2016, depois de uma série de encontros entre dirigentes da instituição e do SPD, as autoridades financeiras da cidade portuária renunciaram à devolução de 47 milhões de euros que este banco tinha obtido através de transações irregulares.

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Scholz já negou que, enquanto autarca, tenha tido qualquer influência na decisão das autoridades financeiras.

A Der Spiegel escreveu que não há qualquer prova de que o dinheiro encontrado no cofre esteja relacionado com o caso do banco Warburg.

Não obstante, avançou que a instituição financeira deu, pelo menos, 45 mil euros ao SPD de Hamburgo, na sua maioria à organização dirigida por Kahrs.

Segundo apontamentos do proprietário do banco, Christian Olearius, foi Kahrs que intermediou, em 2016 e 2017, os seus encontros com o então autarca e atual chanceler.

Kahrs ainda não se pronunciou sobre a origem do dinheiro e um porta-voz do governo disse esta semana que Scholz desconhecia a sua existência.

Outros meios informaram esta semana que a procuradoria de Colónia (oeste), que colabora no esclarecimiento do caso, ordenou em março a inspeção da conta de correio eletrónico de Scholz dos seus tempos de autarca.

Está previsto para 19 de agosto um segundo depoimento de Scholz perante uma comissão parlamentar de Hamburgo.