Depois de um sem número de manifestações de pesar pela morte de Fernando Chalana, o Benfica, que de manhã tinha anunciado a notícia o desaparecimento do Pequeno Genial, fez uma nova sentida homenagem à figura do internacional nascido no Barreiro na “News Benfica”, num texto que recordou todos os principais passos do antigo jogador de 63 anos que chegou ao conjunto da Luz ainda na formação.

Morreu aos 63 anos Fernando Chalana, símbolo do Benfica e da Seleção Nacional

“A Nação Benfiquista está de luto: morreu Fernando Chalana, um dos melhores jogadores da imensa e gloriosa história do Benfica. Chalana foi ídolo maior de várias gerações. Um génio do futebol, ímpar, predestinado, imprevisível e sobredotado, venerado por legiões de admiradores, um príncipe do futebol. O Benfica sempre teve grandes jogadores e Chalana foi, para muitos, aquele que mais se distinguiu além de Eusébio”, começou por destacar o texto publicado na habitual newsletter diária dos encarnados.

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“Os dribles desconcertantes, os golos decisivos, as assistências açucaradas, a inteligência e intuição em campo e a velocidade estonteante fizeram de Chalana um extraordinário jogador. Chalana foi daqueles, raros, que justificavam, por si só, uma ida ao estádio e que com um simples lance poderiam despertar, nos jovens adeptos, a paixão vitalícia pelo futebol”, acrescentou ainda sobre os seus atributos.

O 10 que nasceu a 10 para nos deixar a 10. Chalana, o iluminado destro que era dono de um pé esquerdo que ninguém esquece

“Tinha 17 anos e 25 dias quando, lançado por Mário Wilson em 1976, se estreou pela equipa de honra do Benfica, sendo então o segundo mais novo de sempre a alinhar em competições oficiais (secundando Guilherme Espírito Santo) e a tempo de se sagrar campeão nacional. Na época seguinte, Mortimore rapidamente lhe concedeu a titularidade, tornando-se o então miúdo Chalana em figura de proa de mais um tricampeonato do Benfica. O Pequeno Genial, alcunha feliz da autoria do jornalista José Neves de Sousa, saiu do Benfica em 1984, após exibições inesquecíveis ao serviço de Portugal no Campeonato da Europa, em França. O montante da venda ao Bordéus, à época considerado exorbitante, serviu para pagar as obras do fecho do terceiro anel do antigo Estádio da Luz”, relembrou ainda o texto sobre uma das construções mais vezes recordadas na altura de Fernando Martins na presidência.

“Voltou passados três anos, entretanto acometido por várias lesões e já sem o fulgor de outrora, mas com a genialidade intacta. Representou a equipa principal do Benfica durante 12 épocas, ajudando o clube a vencer seis Campeonatos Nacionais, duas Taças de Portugal, duas Supertaças e três Taças de Honra, além de ter participado no percurso para três finais europeias. Disputou 410 jogos (324 oficiais) e marcou 64 golos (51 oficiais). E sobretudo maravilhou e fez sonhar todos os que tiveram o privilégio de o ver em campo com a camisola do Benfica ou de Portugal. A ligação ao Benfica não se esgotou nos relvados. Foi treinador nas camadas jovens, contribuindo para o título nos juniores em 2000, o qual já conquistara como jogador por duas vezes, em 1975 e 1976. Desempenhou ainda o cargo de treinador-adjunto da primeira equipa, chegando a ser treinador principal interino em três breves períodos”, frisou.

“Não houve um outro génio como ele”: as reações à morte de Chalana, aos 63 anos

“Ao longo do dia, a emissão da BTV tem sido dedicada ao triste desaparecimento de Fernando Chalana, sucedendo-se os depoimentos de colegas e amigos elogiando o extraordinário jogador e o homem bom que infelizmente nos deixou hoje. Rui Costa, confesso admirador profundo de Chalana, lamentou o falecimento de uma das maiores figuras da história do Benfica: ‘Partiu o nosso génio, um dos maiores e eternos símbolos do clube’. Obrigado, Fernando Chalana!”, concluiu o texto de despedida do Benfica.