Passaram 169 dias desde que a Rússia avançou para território ucraniano, dando início a uma guerra no território europeu. Já ultrapassada a marca dos seis meses de conflito, sucedem-se as notícias diárias de conflitos em vários pontos da Ucrânia.

Ainda durante a madrugada, a Rússia terá atacado a cidade de Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia. A informação foi partilhada através do autarca da cidade, que detalhou que do ataque a um edifício residencial não resultaram vítimas mortais ou feridos. Esta não é a primeira vez em que esta cidade é alvo das forças militares russas.

Kharkiv, uma cidade complemente arrasada que (para já) resiste aos avanços russos

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Outro dos temas que marca esta quinta-feira é a divulgação de imagens de satélite da base aérea de Saky, na Crimeia. Apesar de as forças ucranianas não reivindicaram o ataque, as imagens divulgadas pela empresa Planet Labs sugerem que terão sido danificados oito aviões. As mesmas imagens apontam também que uma parte desta base aérea terá ficado queimada.

Já no âmbito de geopolítica, a Letónia agitou as águas ao declarar a Rússia como um Estado patrocinador do terrorismo. Uma declaração assinada pela presidente do Parlamento da Letónia apelou ainda a que as autoridades da União Europeia restrinjam os vistos turísticos a russos e bielorrussos.

A central nuclear de Zaporíjia foi novamente atacada esta quinta-feira, com a Rússia e Ucrânia a trocarem novas acusações. A empresa ucraniana Energoatom adianta que o complexo foi atingido cinco vezes, incluindo perto de uma zona onde são armazenados materiais radioativos. No entanto refere que os níveis de radiação estão “normais”.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas reuniu-se de urgência, a pedido da Rússia, para discutir a situação na central de Zaporíjia. Rafael Grossi, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica, sublinhou que a “hora é grave”. Segundo Grossi, as análises não indicam um “perigo imediato”, mas a situação é grave e “pode mudar” rapidamente.

Pode acompanhar os principais desenvolvimentos desta quinta-feira no nosso liveblog sobre a guerra.

Letónia declara a Rússia como um Estado patrocinador do terrorismo

O que se passou durante a noite?

  • No discurso diário, o presidente ucraniano apelou à comunidade internacional para “reagir imediatamente” para expulsar os russos da central de Zaporíjia.
  • Numa conferência de doadores em Copenhaga, os países ocidentais prometeram à Ucrânia mais de 1.5 mil milhões de euros em dinheiro, equipamentos e para treinos militares.
  • Recrutamento de voluntários para a guerra já chegou às prisões russas. Numa prisão em São Petersburgo ofereceram amnistia em troca da integração dos nas forças russas, revelou a companheira de um dos presos.
  • A Alemanha está a planear uma conferência internacional para discutir a reconstrução da Ucrânia. Uma fonte do governo alemão apontou o dia 25 de outubro como uma data possível.
  • Há 131 mulheres de Azovstal em cativeiro russo, incluindo militares, guardas da fronteira e médicas, avançou a vice-primeira-ministra ucraniana.
  • O primeiro-ministro português garantiu que “a Alemanha pode contar 100% com o empenho de Portugal para a construção do gasoduto”, depois de o chanceler alemão ter apelado à construção da infraestrutura para reduzir a dependência do gás russo.
  • Os Estados Unidos defendem que a zona em torno da central nuclear de Zaporíjia deve ser “desmilitarizada”, após os recentes bombardeamentos na região.
  • O Governo sueco confirmou a extradição de um cidadão turco, a primeira vez desde que a Turquia aceitou suspender o veto à entrada da Suécia e Finlândia na NATO em troca de vários compromissos, incluindo extradições.
  • A Ucrânia tem por objetivo retirar dois terços dos residentes das áreas que controla no leste da região de Donetsk antes do inverno, avançou a vice-primeira-ministra, Iryna Vereshchuk.

O que se passou durante a tarde?

  • Na sexta-feira a Ucrânia espera a chegada de um navio que vai transportar 23.000 toneladas de cereais para a Etiópia, avançou o ministro das Infraestruturas ucraniano.
  • O ministro da Defesa do Reino Unido, Ben Wallace, considera “improvável” alguma vez a Rússia ser bem sucedida na ocupação da Ucrânia, apontando que a invasão tem “vacilado” e está a começar a “falhar”.
  • Marina Ovsyannikova, a jornalista que interrompeu um noticiário russo com um cartaz contra a guerra, foi condenada a dois meses de prisão domiciliária, após ter sido detida esta quarta-feira.
  • O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, voltou a acusar a Rússia de aumentar o risco de um possível acidente nuclear na central de Zaporíjia, alertando que seria a maior catástrofe do género da História.
  • Numa conferência de doadores em Copenhaga, a Dinamarca anunciou que vai enviar um pacote de 110 milhões de euros para armas, equipamento e treino militar. Já o Reino Unido prometeu fornecer mais armas, incluindo sistemas múltiplos de lançamento de mísseis.
  • O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, mostrou-se “gravemente preocupado” com central de Zaporíjia e pediu a paragem imediata dos conflito nas proximidades.
  • A Estónia vai deixar de aceitar a entrada de cidadãos russos com vistos Schengen no país, divulgou Urmas Reinsalu, ministro dos Negócios Estrangeiros da Estónia. Moscovo criticou a medida, que, pelo contrário, foi bem recebida por Kiev.

O que se passou durante madrugada e manhã?

  • Os credores internacionais autorizaram a Ucrânia a adiar o pagamento da sua dívida externa até 2024, anunciou o primeiro-ministro ucraniano, Denys Chmygal, na quarta-feira à noite. A dívida externa do país está avaliada em 20 mil milhões de dólares (mais de 19.300 milhões de euros, ao câmbio atual).
  • As imagens da Planet Labs sugeriram que oito aviões das forças militares russas terão ficado danificados na sequência de um ataque à base de Saky, na Crimeia.
  • A Rússia atacou Dnipropetrovsk Oblast. Há registo de três mortes e nove feridos na sequência do ataque, de acordo com os números revelados pelo governador da região.
  • Os separatistas de Donetsk avançaram que já controlam a região de Pisky. Do lado de Kiev, não houve reconhecimento ou confirmação desta informação.

O que se passou durante a manhã?

  • O boletim diário da Defesa britânica admitiu a possibilidade de que, devido ao conflito, exista uma “elevada probabilidade” de a Rússia não conseguir cumprir com algumas encomendas de veículos armados para exportação. O boletim referiu que isto poderá estar a acontecer devido “à excecional procura de veículos para as forças russas na Ucrânia” e aos “efeitos das sanções do Ocidente”.
  • A comissão para os direitos humanos do Parlamento ucraniano partilhou novos números sobre as mortes de crianças neste conflito. Desde fevereiro, já morreram 361 crianças e 705 ficaram feridas.
  • A Rússia terá recusado a oferta da Suíça, que se tinha disponibilizado para ser um intermediário entre os os países em conflito.
  • A Letónia declarou a Rússia como um Estado patrocinador do terrorismo. O país apelou ainda a que a União Europeia restrinja os vistos turísticos a cidadãos russos e bielorussos.

O que se passou ao início da tarde?

  • Olaf Scholz, o chanceler alemão apelou esta quinta-feira à construção de um gasoduto que ligue Portugal à Europa central, passando através de Espanha e França. O chanceler alemão considera que esta possibilidade seria um “grande alívio” para ajudar a reduzir a dependência energética da Rússia.

Scholz quer gasoduto para ligar Portugal à Europa central e aliviar dependência de energia russa