O PS/Madeira considerou esta quinta-feira que a reflorestação das serras do Funchal falhou e alertou para o risco de incêndio, criticando a política de gestão das florestas do executivo regional, de coligação PSD/CDS-PP.

Todos os anos, assistimos ao Governo Regional a dar conta de que a faixa corta-fogo do Caminho dos Pretos, entre o Terreiro da Luta e o Palheiro Ferreiro, é uma das principais soluções para evitar propagação de fogos e incêndios e de forma a proteger a cidade do Funchal”, afirmou o deputado e líder do PS/Madeira, Sérgio Gonçalves.

Contudo, acrescentou, aquilo que se verifica no local “é algo completamente diferente”.

Numa visita ao Terreiro da Luta, nas zonas altas do Funchal, o socialista criticou “o falhanço da reflorestação”, sustentando que assiste-se à proliferação de espécies invasoras na faixa corta-fogo, “onde têm sido investidos muitos milhares de euros por parte do Governo Regional”.

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Sérgio Gonçalves referiu também que nas serras da freguesia de Santo António, no Funchal, os tanques de água estão “completamente degradados e inclusivamente com espécies invasoras a crescerem dentro dos próprios tanques”.

E, portanto, há aqui um risco enorme para a cidade do Funchal em termos de potencial de incêndios”, considerou.

O deputado criticou ainda recentes declarações do presidente do executivo insular, Miguel Albuquerque, que justificou a existência de mato nas serras com o facto de os terrenos serem privados e os proprietários não os limparem.

Aquilo que o presidente do Governo Regional não diz é que a gestão é pública e, portanto, não há possibilidade por parte dos proprietários de rentabilizarem os terrenos, de terem qualquer atividade económica associada que lhes permita, no mínimo, efetuar a limpeza adequada dos terrenos”, salientou.

O PS defende, pelo contrário, “um modelo de gestão ativa da floresta, integrando a atividade agrícola, a pastorícia e a produção de espécies florestais para obtenção de lenha e, com tudo isso, os proprietários poderem ter uma exploração comercial dos terrenos”, disse.

Sérgio Gonçalves recordou que, no passado, existiam áreas cultivadas e de pastoreio, o que ajudava na prevenção de incêndios.

Hoje em dia, nada disso existe. O abandono do setor primário é uma das principais razões para o atual estado das nossas florestas. Aquilo que aqui observamos e evidenciamos é, de facto, um grande risco para a cidade e é importante implementar outro tipo de medidas”, apontou.