Os agentes do FBI que fizeram buscas aos aposentos privados do antigo Presidente dos EUA, Donald Trump, estariam à procura de documentação confidencial relacionada com armas nucleares. A informação foi dada por fontes próximas da investigação ao Washington Post, que dá a notícia esta sexta-feira.

A residência de Trump em Mar-a-Lago (Flória, EUA) foi alvo de buscas estas segunda e terça-feira, não tendo sido inicialmente revelado pelo Departamento da Justiça qual o âmbito da investigação. Esta quinta-feira, o procurador-geral Merrick Garland anunciou que vai pedir aos tribunais que autorizem que o mandado de busca seja tornado público.

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Entretanto, sabe-se agora que em causa estará o facto de Donald Trump não ter devolvido alguma documentação confidencial quando abandonou a Casa Branca, em 2020. Segundo o Post, esses documentos estarão relacionados com armamento nuclear e podem colocar em causa a segurança nacional norte-americana caso “caiam nas mãos erradas”, como escreve o jornal. Terá sido a sensibilidade do conteúdo a fazer o Departamento da Justiça avançar para as buscas, por forma a recuperar os documentos.

“Se isto for verdade, sugere que o material que estava ilegalmente em Mar-a-Lago pode ter sido classificado com o grau mais alto de confidencialidade”, afirmou o antigo chefe da secção de contra-espionagem do Departamento da Justiça, David Laufman, ao Post. “Se o FBI e o Departamento da Justiça acreditavam que havia materiais top secret em Mar-a-Lago isso levaria a uma pressa para recuperar o material o mais rapidamente possível.”

Donald Trump classificou as buscas como uma “instrumentalização” da Justiça, levada a cabo pela “Esquerda Radical” devido ao facto de não excluir a possibilidade de se recandidatar à presidência em 2024. A Casa Branca garante que não estava a par da investigação, mas, a apenas três meses das eleições intercalares para o Congresso, o tema promete ganhar maior relevância.

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