Um total de 155.090 entradas irregulares na União Europeia (UE) foram detetadas pela Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira (Frontex) entre janeiro e julho, uma subida de 86 por cento face ao mesmo período de 2021.

Os dados esta sexta-feira divulgados pela Frontex revelam que, “nos primeiros sete meses deste ano, houve cerca de 155.090 entradas irregulares para a UE, de acordo com cálculos preliminares, o que representa um aumento de 86% em comparação com o mesmo período do ano passado”.

A Frontex acrescenta que só em julho, as autoridades costeiras dos Estados-membros da UE registaram cerca de 34.570 entradas irregulares, mais 63% do que no mesmo mês em 2021.

Admitindo a “elevada pressão migratória, a agência europeia indica que tem mais de 2.200 oficiais e pessoal permanente em várias secções da fronteira externa da UE, bem como na Albânia, Sérvia, Montenegro e Moldávia.

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Por rotas migratórias, a dos Balcãs Ocidentais foi a mais ativa para a entrada na UE, representando 14.866 deteções em julho, quase três vezes mais do que no ano passado, acréscimo que a Frontex atribui a eventuais “repetidas tentativas de travessia por migrantes”.

Além disso, “a pressão continua também elevada na rota do Mediterrâneo Central, com as chegadas diárias a colocar pressão sobre as capacidades de acolhimento em Itália, aponta a guarda costeira europeia, garantindo apoiar “as autoridades italianas com agentes para o registo e identificação das chegadas”.

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Para estes números totais de travessias ilegais detetadas não contam as pessoas que fogem da guerra da Ucrânia, relativamente às quais a Frontex estima um total de 7,7 milhões de entradas na UE, embora um “número significativo” de ucranianos já tenha regressado ao seu país.

No que toca aos dados acumulados, a rota migratória mais procurada foi então a dos Balcãs Ocidentais, responsável por metade de todas as deteções com 70.770 travessias ilegais nos primeiros sete meses do ano, quase três vezes o total do mesmo período de 2021, principalmente de migrantes da Síria, Afeganistão e Turquia.

A segunda rota migratória mais procurada foi a do Mediterrâneo Central, na qual a Frontex registou entre janeiro e julho 42.549 passagens irregulares de fronteira, mais 44% do que no período homólogo do ano passado, principalmente de tunisinos, egípcios e líbios.

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Também elevado foi o número de migrantes irregulares que procuravam atravessar o Canal em pequenas embarcações em direção ao Reino Unido, com cerca de 28.000 deteções nos primeiros sete meses de 2022, o que representa um aumento de 55% em relação ao mesmo período em 2021, com destaque para afegãos, iranianos e sírios.

Seguiu-se a rota do Mediterrâneo Oriental, com 22.601 chegadas (mais do dobro em relação ao ano passado), principalmente ao Chipre, com os migrantes a ser oriundos principalmente da Síria, Nigéria e Congo (Kinshasa).

Já na rota da África Ocidental foram registadas 9.461 deteções até julho, mais 25% do que no ano passado, na rota do Mediterrâneo Ocidental foram detetadas 6.434 travessias irregulares, menos 25% do que no ano passado, e na fronteira terrestre oriental houve um total de 2.923 travessias irregulares verificadas, menos 32% face ao período homólogo, conclui a Frontex.