Primeira jornada, nenhuma vitória, estados de espírito diferentes. De um lado o Wolverhampton da maior armada portuguesa na Premier League, que até começou a ganhar fora ao Leeds na estreia na Premier com um golo de Podence mas permitiu a reviravolta num encontro que terminou com Bruno Lage e o técnico contrário, Jesse Marsch, numa acesa discussão. Do outro o Fulham, recém promovido ao principal escalão do futebol inglês que conseguiu um empate na receção ao Liverpool no primeiro jogo de João Palhinha, antigo médio do Sporting que teve entrada direta para o melhor onze da ronda inicial. Na segunda jornada, as duas equipas com treinadores portugueses em Inglaterra jogavam entre si.

Este Wolves de Lage não tem armas para lutar contra um “american dream” como o do Leeds

“Aqui todas as equipas são fortes. Basta ver os resultados, basta ver pelo que acontece semana após semana. Pelo jogo que fizeram com o Liverpool, por aquilo que fizeram na última época, percebemos como são uma equipa forte, com jogadores de topo como o Mitrovic que marcou 43 golos no Championship, fez o primeiro jogo da época com o Liverpool e marcou mais dois. Às vezes nem as equipas conseguem marcar dois golos ao Liverpool, ele marcou sozinho… Mas existe uma dinâmica de equipa que ajuda a isso, com marca do treinador. Conheço bem o trabalho do Marco [Silva], em Portugal e em Inglaterra. Vai ser mais um jogo difícil contra um adversário forte”, comentara Bruno Lage na antevisão da partida.

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“O Wolverhampton vai ser muito complicado, não tenho dúvidas. São uma equipa de topo, com um grande treinador e jogadores excelentes a nível individual. Vejam por exemplo esta semana que conseguiram trazer alguém como o Gonçalo Guedes, mais um grande jogador para reforçar o ataque. Vamos ter de continuar a mostrar boa organização e, quando tivermos posse de bola, temos de ser nós próprios e criar problemas, com a obrigação de regressar a casa com pontos. Bruno Lage? Tenho quase a certeza que vai ser a primeira vez que nos vamos defrontar. É um bom treinador, que está a fazer um excelente trabalho. Desejo-lhe tudo de bom, menos nos dois jogos contra o Fulham”, destacara também Marco Silva.

Marcou de calcanhar, assistiu sem querer e por pouco não fez a reviravolta: Liverpool empata com Fulham na estreia de Darwin Núñez

Numa semana marcada pela contratação de Gonçalo Guedes pelo Wolverhampton ao Valencia, numa fase em que Raúl Jiménez está de fora por lesão, e em que Rúben Neves ascendeu a capitão de equipa depois da saída de Conor Coady, era no Wolves que se centrava a maior responsabilidade no resultado, fosse pelo fator casa, fosse pela derrota inicial com o Leeds. No entanto, e num jogo sem golos que até terminou com Bruno Lage a queixar-se do anti-jogo do Fulham, a melhor oportunidade até foi dos visitantes.

Mesmo sem golos, a primeira parte teve momentos interessantes e com início a todo o gás dos visitados, que numa primeira instância tiveram um lance de muito perigo anulado a Pedro Neto por fora de jogo e, pouco depois, um remate de Hwang em mais uma desmarcação na profundidade que obrigou Marek Ródak a uma grande defesa. Mitrovic deixou uma ameaça à baliza de José Sá mas foi o Wolverhampton a ter maior controlo do jogo, conseguindo roubar a posse ao Fulham (61% nos 45 minutos iniciais) e tendo mais chances perto da baliza contrária quase sempre desperdiçadas pelo avançado sul-coreano.

Esperava-se um segundo tempo ao mesmo nível ou superior mas a partida foi avançando sem grandes oportunidades a não ser uma flagrante desperdiçada por Gibbs-White, a atirar por cima ao segundo poste após cruzamento da esquerda (52′). Qualquer chance teria de contar com muito do adversário tamanho era o encaixe das equipas e foi assim que o Fulham beneficiou da chance mais flagrante já com o estreante Gonçalo Guedes em campo, com Rayan Aït-Nouri a cometer uma grande penalidade desnecessária mas José Sá a conseguir travar a conversão de Mitrovic (80′) antes de um final com muitos nervos à flor da pele entre Mitrovic e Gibbs-White, muita confusão mas nada que fosse capaz de desfazer o nulo.