O secretário de Estado da Conservação da Natureza e das Florestas revelou esta sexta-feira que São Pedro do Sul é o concelho da Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões “em situação mais difícil” face à seca extrema que se vive.

São Pedro do Sul será o caso em situação mais difícil, porque capta água diretamente do rio [Vouga], que tem reduzido substancialmente o seu caudal. Será o caso mais difícil, mas está a ser acompanhado pela Agência Portuguesa do Ambiente e estamos obviamente a acompanhar o município para ajudar na solução”, revelou João Paulo Catarino.

De acordo com o secretário de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território, este concelho será apoiado na medida das necessidades que vierem a ser detetadas, nomeadamente no transporte de água para abastecer algumas das suas localidades.

“Julgo que, aliás, isso já está a acontecer e o Governo ajudará, obviamente, no pagamento deste apoio”, acrescentou.

Os autarcas que integram a CIM Viseu Dão Lafões reuniram durante a tarde, em Viseu, com o secretário de Estado da Conservação da Natureza e das Florestas, João Paulo Catarino, num encontro que contou também com a participação do vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Pimenta Machado.

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Este encontro serviu para fazer a avaliação da situação dos recursos hídricos na região de Viseu Dão Lafões, face à seca extrema que o país atravessa.

Em declarações à agência Lusa, João Paulo Catarino sublinhou que o Governo está “alinhado com os autarcas na procura de soluções para resolver um problema de contingência, mas acima de tudo para resolver um problema estrutural”.

Por isso, foi celebrado um protocolo com a Agência Portuguesa do Ambiente e a Câmara Municipal de Viseu, para aprofundarmos estudos para a Barragem de Fagilde. Eventualmente para a ampliar ou novas soluções para aumentar capacidade da barragem”, acrescentou.

No que toca a soluções mais imediatas, o representante do Governo destacou que passam pela construção de novas captações de água subterrâneas, reativação de outras captações subterrâneas que estavam desativadas, pela ajuda no pagamento de serviços no transporte de água e pela eventual aquisição de autotanques para transporte de água.

Passa por todas essas soluções que vierem a ser ponderadas, município a município, nos casos mais difíceis”, apontou.

Para implementar estas medidas de contingência, o Governo está “disponível a ajudar os municípios através do Fundo Ambiental“.

Já o presidente da Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões, Fernando Ruas, considerou a reunião oportuna, destacando a extrema importância de se encontrar uma solução para o futuro.

Queremos resolver o problema de forma global e temos de arranjar solução para o problema da água em Viseu, deitando mão a tudo o que possa contribuir para isso. Desde logo, tentando resolver o problema das perdas, pois chegámos à conclusão de que há algumas perdas”, alegou.

O também presidente da Câmara Municipal de Viseu aludiu ainda à Barragem de Fagilde, que abastece os concelhos de Viseu, Mangualde, Nelas e Penalva do Castelo.

“Depois do problema de 2017, colocaram-se ensecadeiras e aumentou-se a capacidade da barragem. Neste momento, numa situação análoga, temos água para mais quatro meses, o que significa que essa solução deu resultado”, apontou.

Apesar de ter resultado, o autarca considerou que esta “não é ainda uma solução suficiente”.

Esperamos agora pela decisão para o futuro desta barragem, depois de assinada uma adenda para estudar alternativas para a Barragem de Fagilde”, concluiu.