O ex-primeiro-ministro Marcolino Moco (MPLA) declarou esta terça-feira o seu apoio à candidatura de Adalberto da Costa Júnior, líder da UNITA, à presidência de Angola por se tratar de “uma grande oportunidade” para criar um Estado inclusivo.

A declaração do antigo dirigente, primeiro-ministro do Governo MPLA entre 1992 e 1996, foi feita neste dia durante o tempo de antena da UNITA, em que considerou ser este “um momento para mudar de vida“.

É “uma grande oportunidade para criarmos finalmente um Estado que seja  de inclusão”, salientou, afirmando que este é o projeto de Adalberto da Costa Junior e que coincide com a sua visão de um Estado inclusivo “em que as pessoas não valem pelo cartão que têm“.

“Estamos perante uma grande oportunidade, até por que Adalberto promete pôr de lado a época da caça às bruxas e reunir o país, com tudo o que tem de bom e menos bom, para começar um novo dia. Daí a minha declaração muito forte a favor do projeto de Adalberto, da UNITA, FPU [Frente Patriótica Unida], um projeto que nos vai dar oportunidade de mudar as coisas que têm andado muito mal desde 1975 por causa do caráter unilateral do funcionamento do Estado”, proclamou.

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Em setembro de 2018, altura em que João Lourenço, que se recandidata ao cargo pelo MPLA, cumpria o primeiro ano do seu mandato, Marcolino Moço afirmava que o Presidente João Lourenço estava a dar “sinais muito positivos“, nomeadamente com a abertura da comunicação social.

Mas nos anos seguintes foi-se mostrando desiludido com aspetos como a violência policial, violação dos direitos humanos e as contradições no combate à corrupção, críticas que terão desagrado ao chefe do executivo angolano e que culminaram com o seu afastamento do cargo de administrador não executivo da Sonangol, de que ficou a saber através da televisão.

Angola realiza no dia 24 de agosto as suas quintas eleições gerais da sua história, sempre ganhas pelo MPLA, partido que governa Angola desde a independência em 1975.

Angola. A última semana de uma campanha tensa mas pacífica, onde cresce o medo do “day after”

A UNITA, maior força da oposição angolana, aposta na alternância apresentando uma lista em que integra elementos da sociedade civil e de outras forças políticas, incluindo ex-militantes do MPLA, no que tem designado como Frente Patriótica Unida.

Mais de 14 milhões de eleitores serão chamados, a 24 de agosto, a escolher um novo Presidente e representantes na Assembleia Nacional numa eleição que se prevê muito disputada entre os dois principais adversários, MPLA e UNITA, e à qual concorrem sete partidos e uma coligação.