O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, felicitou esta terça-feira o presidente eleito do Quénia, William Ruto, e apelou a que qualquer disputa do resultado eleitoral, já contestado pelo segundo candidato mais votado, seja resolvido pelos mecanismos existentes.
Parabéns ao presidente eleito William Ruto do Quénia. O povo votou pacificamente e instamos a que qualquer possível contestação use os mecanismos existentes”, escreveu Charles Michel na sua conta na rede social Twitter.
https://twitter.com/CharlesMichel/status/1559549504096976896?s=20&t=uL_cytAIUY9NqcvwYFWccw
O dirigente europeu disse estar ansioso por continuar a “excelente cooperação” entre Bruxelas e Nairobi.
O vice-presidente do Quénia, William Ruto, foi declarado vencedor das presidenciais de 9 de agosto na segunda-feira, com 50,49% dos votos, contra 48,85 para o seu principal rival, Raila Odinga, uma diferença de 233 mil votos.
Minutos antes da publicação dos resultados, a vice-presidente da comissão eleitoral independente do Quénia (IEBC) anunciou que quatro dos sete membros daquele órgão rejeitavam os resultados.
Pela natureza opaca do processo […] não podemos assumir a responsabilidade pelos resultados que vão ser anunciados”, disse a vice-presidente Juliana Cherera, ladeada por outros três comissários, pedindo “calma” aos quenianos.
Odinga qualificou como “uma farsa” o resultado do escrutínio e prometeu recorrer a “todas as opções legais” possíveis para contestá-lo.
Candidato derrotado promete contestar resultados das presidenciais no Quénia
Vamos prosseguir todas as opções legais e constitucionais disponíveis. Faremos isso tendo em vista as muitas falhas nas eleições”, disse Odinga no seu primeiro discurso após o anúncio dos resultados.
Líderes religiosos e políticos têm apelado à calma da população.
Embora o país seja considerado uma ilha de estabilidade numa região instável, os resultados de todas as presidenciais desde 2002 foram contestados, por vezes com violência.
Em 2007-2008, a contestação dos resultados por Raila Odinga levou a confrontos intercomunitários que fizeram mais de 1.100 mortos e centenas de milhares de deslocados, os piores confrontos pós-eleitorais desde a independência do Quénia em 1963.