A Comissão Executiva da TAP “lamenta e repudia a constante tentativa de ataques à sua credibilidade e competência”, referindo inclusive “os julgamentos de intenções e a cada vez mais frequente apresentação de “factoides” avulso, propositadamente descontextualizados, distorcidos e até, nalguns casos, completamente falsos, com que alguns sindicatos bombardeiam constantemente a comunicação social.”

O comunicado da TAP foi emitido no dia em que três sindicatos do setor da aviação vão fazer uma “marcha silenciosa” para “continuar a chamar a atenção de todos” para a situação vivida na companhia aérea.

A TAP começa por sublinhar que “está bem consciente do esforço que é pedido a todos os trabalhadores da Companhia, nomeadamente com o corte de 25% no valor dos salários acima dos 1410 euros.” E que, “sem esse esforço, não teria sido possível obter a autorização da Comissão Europeia para o plano de reestruturação que permitiu a sobrevivência da TAP”. Mas lembra também o esforço pedido a “todos os contribuintes portugueses e ao Estado português” (com apoio de 2,5 mil milhões de euros).

O comunicado refere que os sindicatos estão “bem conscientes deste facto”, assinalando a forma responsável como atuaram para defender os trabalhos e os postos de trabalho ao negociarem com a TAP “os cortes salariais mencionados, assumindo assim um compromisso que produz os seus efeitos até 2025, ano a partir do qual, cumprindo-se o plano de reestruturação, a TAP estará finalmente em condições de repor os salários na íntegra”.

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E realça que o compromisso não foi assumido apenas com a empresa, mas também “com o Estado português, com todos os portugueses e com a Comissão Europeia.”

Na passada sexta-feira, as direções do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) e do Sindicato dos Técnicos de Manutenção de Aeronaves (SITEMA) anunciaram a realização de uma “marcha silenciosa” esta terça-feira. De acordo com a nota divulgada, esta ação vai juntar “pela primeira vez na história da aviação nacional, pilotos, pessoal de cabine e técnicos de manutenção”.

O objetivo, segundo estes sindicatos, é o de “chamar a atenção” para a situação vivida na TAP. O protesto tinha como hora indicativa para início as 8h30 desta terça-feira, com partida do Campo Pequeno. O destino é o Ministério das Infraestruturas e Habitação, onde serão feitos pedidos para os trabalhadores não abdicarem de “folgas, férias e dias livres, garantindo assim que nenhum passageiro é prejudicado por este nosso protesto”, era possível ler no comunicado conjunto.

De acordo com informações transmitidas pela SIC Notícias, o protesto dos trabalhadores da companhia não teve ainda início, depois de a hora inicial prevista ter sido adiada.

A TAP frisa que “não dialoga com os sindicatos através de comunicados de imprensa ou de declarações públicas que possam gerar títulos de notícias”. A mesma comissão refere também que “mantém sempre as portas abertas para o diálogo sério e construtivo, de uma forma que contribua para uma melhoria efetiva das condições de trabalho de todos os trabalhadores”, é possível ler.

E realça que “a gestão de qualquer empresa é avaliada não por comunicados de imprensa sindicais, mas pelos resultados de gestão que apresenta”. E, nesse sentido, contraria as afirmações feitas “por alguns sindicatos”, vincando que os resultados são “auditados, verificados e validados pela tutela política e pelos diversos stakeholders da companhia”.

Nesse sentido, a empresa recorda que apresentará contas a 23 de agosto, estando prevista a divulgação dos resultados do segundo e primeiro trimestre. Segundo esta comissão, “são esses resultados que permitem a avaliação do seu desempenho e do trabalho que está a ser desenvolvido na TAP, não só pela gestão, mas por todos os trabalhadores.”

“Para que seja possível apresentar esses resultados, que permitirão garantir a viabilidade e sobrevivência futuras da TAP, o esforço não começa, nem se esgota, nos cortes salariais de 25% sobre o valor que exceda os 1.410 euros mensais.”

Apesar de dizer que a companhia tem “reduzido custos em todas as áreas onde é possível”, através da renegociação de “contratos com fornecedores e prestadores” e pela criação de “maiores eficiências”, “há custos que a TAP não controla e que têm registado aumentos acentuados”. Nesse sentido, o comunicado da companhia menciona “os custos de combustível ou os decorrentes da valorização do dólar face ao euro”.  “Este aumento dos custos, que têm um impacto significativo no balanço da TAP, tem de ser considerado em qualquer posição equilibrada e séria que seja produzida sobre a TAP”, relembra a Comissão Executiva da companhia.