O Ministério das Infraestruturas e Habitação garante que tem acompanhado de perto as reivindicações e os apelos feitos pelos trabalhadores da TAP, afirmando que “compreende o momento difícil por que passam todos aqueles que, todos os dias, permitem à companhia operar.” No entanto, recorda que a empresa está a passar por um plano de reestruturação exigente, com reduções salariais que já resultaram de acordos assinados com associações de trabalhadores.

É esta a informação transmitida num comunicado divulgado esta terça-feira pelo Ministério de Pedro Nuno Santos, num dia em que está em curso uma “marcha silenciosa” entre três sindicatos que representam os trabalhadores da companhia.

“É preciso não esquecer que a companhia aérea atravessa ainda aquele que é o momento mais desafiante da sua história.” Este comunicado relembra que a TAP “vive as consequências do ano dramático de 2020, quando o encerramento da empresa foi apenas travado pela injeção de fundos públicos, por parte do Estado português, num valor que vai atingir os 3,2 mil milhões de euros”.

“Essa injeção de fundos públicos só foi autorizada pela Comissão Europeia por estar sujeita a um plano de reestruturação exigente, que terminará apenas em 2025”, continua a mesma nota do Ministério das Infraestruturas. “Este plano – que foi aprovado há menos de 8 meses – só foi autorizado porque contou com um substancial contributo por parte dos trabalhadores, traduzido na redução do número de efetivos na empresa (um processo já encerrado) e na redução dos salários dos trabalhadores que permaneceram na TAP.”

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Além disso, nota o comunicado, o processo de redução de custos laborais na empresa resultou “de acordos assinados com 14 organizações representativas dos trabalhadores, que demonstraram enorme sentido de responsabilidade e de compromisso com a recuperação da empresa.”

E é justamente ao sentido de responsabilidade e compromisso dos trabalhadores que é feito este apelo do Ministério. “Num momento em que o plano de reestruturação está a ser executado com sucesso – mesmo num contexto internacional muito exigente, do ponto de vista económico e operacional, o Ministério das Infraestruturas e da Habitação conta com o mesmo sentido de responsabilidade e de compromisso por parte dos trabalhadores para transformar a TAP numa empresa rentável e sustentável no futuro”, é transmitido nesta mensagem.

No dia da “marcha silenciosa” dos trabalhadores, a Comissão Executiva da TAP já veio a público dizer que “lamenta e repudia a constante tentativa de ataques à sua credibilidade e competência”, referindo inclusive “os julgamentos de intenções e a cada vez mais frequente apresentação de “factoides” avulso, propositadamente descontextualizados, distorcidos e até, nalguns casos, completamente falsos, com que alguns sindicatos bombardeiam constantemente a comunicação social.”

A TAP frisou que “não dialoga com os sindicatos através de comunicados de imprensa ou de declarações públicas que possam gerar títulos de notícias”. A mesma comissão refere também que “mantém sempre as portas abertas para o diálogo sério e construtivo, de uma forma que contribua para uma melhoria efetiva das condições de trabalho de todos os trabalhadores”, era possível ler.

Na passada sexta-feira, as direções do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) e do Sindicato dos Técnicos de Manutenção de Aeronaves (SITEMA) anunciaram a realização de uma “marcha silenciosa” esta terça-feira. De acordo com a nota divulgada, esta ação vai juntar “pela primeira vez na história da aviação nacional, pilotos, pessoal de cabine e técnicos de manutenção”.

Em dia de marcha, TAP lembra responsabilidade dos sindicatos e lamenta “factoides” bombardeados à comunicação social