Salma al-Shehab, estudante saudita da Universidade de Leeds, no Reino Unido, foi condenada a 34 anos de prisão na Arábia Saudita pela sua atividade na rede social Twitter, principalmente por seguir e partilhar conteúdo de ativistas e dissidentes.

A pena inicial aplicada à mãe de dois filhos (com seis e quatro anos), era de três anos pelo “crime” de utilizar um site para “causar agitação pública e desestabilizar a segurança civil e nacional”. Mas esta segunda-feira, 15 de agosto, um tribunal de recurso proferiu outra sentença na sequência de novas acusações: de acordo com o The Guardian, jornal inglês que teve acesso aos documentos, agora Salma al-Shehab também está a ser acusada de “ajudar aqueles que procuram causar a agitação pública e desestabilizr a segurança civil e nacional” seguindo as suas contas no Twitter.

A nova sentença vem na sequência da visita de Joe Biden à Arábia Saudita, em meados de julho — a ida do presidente dos Estados Unidos a este país levou ativistas dos direitos humanos a alertarem para o perigo da intensificação da repressão contra dissidentes e ativistas pró-democracia.

De acordo com o site Democracy Now, Salma al-Shehab é uma “defensora dos direitos das mulheres” e a primeira ativista feminina a receber uma sentença tão longa. No entanto, a estudante não indica em lado nenhum que é ativista, nem no Reino Unido, nem na Arábia Saudita, sendo a sua comunidade de seguidores nas redes sociais muito reduzida.

Com 33 anos, a estudante de doutoramento, que se identifica como higienista dentária na conta de Instagram (e não como ativista política), estava a dois dias de regressar a casa, no Reino Unido, quando foi detida em janeiro de 2021, enquanto passava férias na Arábia Saudita, revelou o European Saudi Organization for Human Rights.

Acredita-se que Shehab poderá tentar recorrer novamente da sentença aplicada.

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