(Em atualização)

Passaram 175 dias desde que começou a invasão russa da Ucrânia. A noite e manhã desta terça-feira, 17 de agosto, ficaram marcadas por vários ataques em diferentes zonas da Ucrânia. Em Donetsk, duas pessoas morreram e sete ficaram feridas, incluindo uma criança. Em Mykolaiv, a universidade ficou gravemente danificada e três pessoas ficaram feridas.

Depois de as autoridades ucranianas e russas terem confirmado a destruição de um depósito de armamento e outras infraestruturas na Crimeira, que é dominada pelos russos desde 2014, o Ministério da Defesa britânico alertou que é provável que a região se torne uma preocupação para a Rússia, uma vez que a sua segurança se encontra aparentemente comprometida.

Durante a manhã, foi ainda notícia que a Rússia estará a realizar ações de recrutamento junto dos países vizinhos com o objetivo de formar novas reservas. A informação, divulgada pelo Ministério da Defesa da Ucrânia, vai de encontro às declarações do ministro da Defesa ucraniano à Voice of America: de acordo com Oleksiy Reznikov, a Rússia perdeu força de combate, o que poderá levar a uma redução da intensidade do conflito.

Nas últimas horas, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, chegou à cidade ucraniana de Lviv, onde se encontrará na quinta-feira com os Presidentes da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.

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No habitual discurso, o líder ucraniano exigiu a retirada “incondicional e o mais rápido possível” do Exército russo da central nuclear de Zaporijia, para permitir um regresso gradual da segurança ao país e à comunidade internacional.

Saiba com mais detalhes o que aconteceu durante o dia neste artigo ou no nosso liveblogaqui.

O que aconteceu durante a tarde e noite?

  • As autoridades ucranianas realizaram treinos de preparação para um desastre perto da central nuclear de Zaporíjia, na sequência dos ataques recentes. Os exercícios de emergência devem ser repetidos nos próximos dias.
  • A diretoria de serviços secretos do Ministério da Defesa da Ucrânia adianta que pelo menos 24 aviões e 14 helicópteros foram transferidos da Crimeia para a Rússia, após as recentes explosões na região.
  • O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Polónia, Marcin Przydacz, deixou críticas ao chanceler alemão, Olaf Scholz, que se mostrou contra uma proposta para banir os cidadãos russos de entrar na União Europeia.
  • Mykhailo Podolyak, conselheiro presidencial de Zelensky, afirmou que a ponte que une a Crimeia à Rússia deve ser desmantelada. Lembra que a Ucrânia nunca deu permissão à Rússia para a construção da ponte, que se trata de uma “construção ilegal”.
  • Um relatório a que a CNN teve acesso indica que a Ucrânia está por trás de três explosões em instalações militares russas na Crimeia: na base aérea russa em Saky, num depósito de munições em Dzhankoi e numa base em Gvardeyskoe.
  • O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, disse que é “urgente” permitir uma inspeção da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) à central de Zaporíjia. O complexo foi alvo de vários ataques que têm gerado uma troca de acusações entre a Rússia e Ucrânia.
  • O ministro da Defesa ucraniano, Oleksiy Reznikov, garantiu à rádio americana Voice of America, que o país não perdeu nenhum dos HIMARS fornecidos pelos Estados Unidos.
  • Viktor Sokolov vai substituir Igor Osipov como comandante da frota russa do Mar Negro, com base na Crimeia, após as recentes explosões na região anexada pela Rússia em 2014.
  • Pelo menos 12 soldados russos terão morrido durante um ataque a uma base na cidade portuária de Nova Kakhovka, controlada pelas forças invasoras. Em Kharkiv, pelo menos três pessoas morreram e 10 ficaram feridas num bombardeamento russo.

O que aconteceu durante a manhã

  • O autoproclamado líder da região ocupada de Donestk revelou que será desenvolvida uma “cooperação bilateral benéfica” com a Correia do Norte. Numa carta enviada a Kim Jong-un a propósito do dia da independência da Coreia do Norte, a 15 de agosto, Denis Pushilin comparou a situação da Ucrânia com a da Coreia do Norte, que também teve de lutar pela sua “independência”.
  • Mais quatro navios carregados de cereais terão saído dos portos ucranianos, segundo o ministro da Defesa da Turquia, Hulusi Akar, citado pela Reuters. Os navios transportam farinha de girassol, óleo de girassol e milho e saíram dos portos de Odessa e Chornomorsk.
  • A universidade de Mykolaiv foi bombardeada durante a noite pelas forças russas. O ataque provocou três feridos e danificou várias áreas do campus universitário, informou um porta-voz da região de Odessa.
  • Duas pessoas morreram e sete ficaram feridas, incluindo uma criança, durante um ataque russo nas comunidades de Avdiivka e Zaitseve, em Donetsk.
  • O vice-presidente do conselho regional de Kherson denunciou o rapto da autarca de Verkhnyo Rogachytsk. Segundo a informação divulgada por Yuri Sobolevsky na rede social Telegrama, Svitlana Ivanivna foi levada de sua casa pelas 11h desta terça-feira. Desconhece-se o seu paradeiro.
  • O Ministério da Defesa do Reino Unido alertou para um aumento da preocupação por parte da Rússia sobre a segurança na zona da Crimeia na sequência da destruição de um depósito de munições, confirmado esta segunda-feira por oficiais russos e ucranianos.
  • A Rússia estará a desenvolver ações de recrutamento em países vizinhos, como Uzbequistão, Tajiquistão e Quirguistão, com o objetivo de formar novas reservas. O Ministério da Defesa da Ucrânia explicou as ações com a falta de cidadãos dispostos a lutar em território ucraniano.
  • Em entrevista à rádio Voice of America, o ministro da Defesa ucraniano, Oleksiy Reznikov, disse que o exército russo perdeu força de combate, o que poderá levar a uma diminuição da intensidade do conflito.
  • Os números mais recentes do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia revelam que mais de 44 mil soldados russos morreram desde o início da guerra, a 24 de fevereiro.