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Familiares dos soldados ucranianos do batalhão Azov juntaram-se esta quarta-feira num protesto pelas ruas da cidade de Lviv. Viúvas, mães e irmãs dos militares carregaram cartazes onde pediam o regresso dos “heróis” a casa.

“Não toquem nos nossos heróis”, a “Rússia é um estado terrorista” ou “prisioneiros de Azov foram vilmente assassinados pela Rússia” foram algumas das mensagens escritas nos cartazes que carregaram, como se pode ver num vídeo divulgado pela Reuters.

A manifestação decorreu no mesmo dia em que o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, esteve reunido em Lviv com o homólogo turco, Recep Tayyip Erdoğan, e com o secretário-geral da ONU, António Guterres.

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Muitos soldados do regimento Azov continuam detidos sob ordem da Rússia desde que se renderam, em maio, após terem defendido ao longo de várias semanas o complexo siderúrgico de Azovstal, último ponto de resistência em Mariupol.

No final de julho, foi noticiado que 53 prisioneiros de guerra ucranianos morreram e que pelo menos 75 ficaram feridos numa explosão na prisão de Olenivka, em território controlado pela Rússia. Entre os detidos estavam membros do batalhão Azov.

A Ucrânia e a Rússia trocaram acusações sobre a autoria do ataque e lançaram investigações para apurar responsabilidades no caso. Kiev chegou a acusar as forças russas de levar a cabo o ataque para encobrir as evidências de tortura aos soldados ucranianos.

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O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, já anunciou, entretanto, que a organização vai criar uma comissão de inquérito para apurar “a verdade”.

Este mês, o Supremo Tribunal da Rússia decretou o batalhão Azov como uma “organização terrorista”, uma designação que agrava a situação dos combatentes que foram feitos prisioneiros. De acordo com a legislação russa, os líderes de uma organização terrorista podem ser condenados a penas entre 15 a 20 anos de prisão. Já os elementos que integram estes grupos podem incorrer em penas entre cinco a dez anos.

O Kremlin acusa os membros do batalhão Azov de serem um “grupo neo nazi” que cometeu “crimes de guerra”. Esta tem sido uma peça chave na narrativa russa, uma vez que um dos objetivos da “operação especial” na Ucrânia – como se refere Moscovo à invasão – foi a necessidade de “desnazificar” o país.

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