Um vestido de noiva comprado em 1950, em Chicago, tem passado de geração em geração e são já oito as noivas da família a usá-lo nos seus casamentos. A peça tornou-se uma tradição e um amuleto de sorte. No início deste mês de agosto, 72 anos depois, a neta usou o vestido da avó, cumpriu mais um capítulo desta história e partilhou-a com o mundo através do Washington Post.

Adele Larson ficou noiva de Roy Stoneberg aos 21 anos, em 1950, e teve na mãe a companheira de busca do vestido de noiva. Encontrou-o no oitavo andar do Marshall Field’s. Nos armazéns de moda em Chicago, cuja fundação remonta a meados do século XIX e que em 2005 foram adquiridos pelo gigante Macy’s, o vestido custou-lhe 100 dólares.

Depois do seu casamento emprestou o vestido às duas irmãs, para os seus respetivos casamentos, à filha e seguiram-se ainda mais três sobrinhas. No passado dia 5 de agosto a tradição de família voltou a cumprir-se e foi a vez da neta usar o vestido. Serena Stoneberg Lipari tem 27 anos, usou o mesmo vestido da avó 72 anos depois desta o ter estreado e até se casou na mesma igreja. “Não houve dúvidas que eu me tornaria a oitava noiva a usar o vestido”, contou ao jornal norte-americano.

A avó de Serena, e dona original do vestido, morreu no final da década de 1980 e já não viu o vestido ser usado por uma terceira geração da família. Contudo, estiveram presentes outras noivas ligadas entre si pela tradição do vestido, como por exemplo, uma tia, as tias-avós e primas.

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A irmã de Adele, Eleanor Larson Milton, foi a segunda pessoa a usar o vestido quando se casou em 1953. O vestido esteve depois guardado durante 16 anos até a terceira irmã, Sharon Larson Frank, também o usar no seu casamento. E conta que, quando a mãe se ofereceu para ir com ela comprar um vestido de noiva, de imediato respondeu que era aquele que queria usar. “A nossa mãe nunca nos disse que tínhamos de usar o vestido, foi evoluindo”, afirmou Sharon, agora com 77 anos.

Seguiu-se a filha de Adele, Sue Stoneberg McCarthy, que casou em 1982 e, em 1990 e 1991 houve novos casamentos: primeiro Carole Milton Zmuda e depois a irmã, Jean Milton Ellis. “Eu cresci a ver fotografias das minhas familiares com o vestido, por isso tenho orgulho em fazer o mesmo. É tão clássico agora como era em 1950”, disse Jean, sobrinha da dona do vestido.

O casamento seguinte aconteceu mais de duas décadas depois. Julie Frank Mackey casou em 2013, mas como era bastante mais alta do que as noivas anteriores, conta que a mãe, Sharon, acrescentou uma faixa de tecido à bainha. “Todas as noivas que se casaram com o vestido tiveram um casamento duradouro e saudável, por isso acreditamos que dá sorte. Esperamos continuar a preservar o vestido, e a tradição, para muitos casamentos que ainda venham”.  Contudo, há agora uma regra não escrita que obriga todas as noivas da família a não usar o vestido no copo de água, para evitar possíveis nódoas.

O vestido em seda tem mangas compridas, decote subido com botões, bainha pelo chão e uma cauda. Segundo contaram as noivas, bastaram pequenos ajustes para adaptar o vestido à silhueta das diferentes noivas. E, apesar do vestido ser sempre o mesmo, cada noiva usou o seu próprio véu, joalharia e bouquets, de forma a que cada uma tivesse a sua própria personalidade refletida no look de casamento.Primeiro coube à mãe da noiva original conservar o vestido numa caixa hermética. Atualmente cabe a Sharon Larson Frank, irmã da primeira noiva a usar a peça, a sua preservação. A peça passa os anos numa caixa selada em forma de pequeno manequim para manter a estrutura da parte de cima do vestido.